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A Era Mobile e suas implicações
PublishNews, 05/09/2014
Estamos na Era Mobile. O que faremos com isso, mercado editorial?

Esta é uma coluna pós Bienal do Livro de SP. A Bienal que foi galgada na internet pelos blogueiros e fenômenos youtubísticos. Nunca isso foi tão evidente e nunca se fez tanta falta uma conexão 3G num evento.

Reclamações à parte...afinal para quê falar sobre falta de estrutura, transporte, conexão no país da falta de estrutura, transporte e conexão, não é mesmo? Terminamos a Bienal com mais de 720 mil visitantes, visitantes estes que foram ver seus vlogueiros/blogueiros/autores favoritos.

Depois de algumas palestras tanto na área editorial quanto na área dos blogs mesmo (fui ao evento dos blogueiros do Publishnews e amei!!!), uma coisa se mostra clara e evidente: bem-vindos à Era Mobile, (entenda: apps e gadgets móveis).

Na parte dos blogueiros, eles comentaram o quanto têm trabalhado para conseguir pouca interação nos comentários dos blogs e até mesmo no Facebook. A realidade é que a galera tem usado apps de mensagens instantâneas. Não foi à toa que Facebook mudou a estrutura do messenger e que outras empresas, como Viber tem anunciado grandes novidades na área de grupos públicos. Muito interessante também o fenômeno do Instagram. Já viram Instagram de livro? Instagram que chama o vídeo do youtube, que chama compra de livros pela capa que também indica maquiagem? Críticas à parte, a mudança de mídia social é uma realidade. O que faremos com isso, mercado editorial?

Em plena virada de plataforma, vejo ainda editoras sem investimento em marketing para os meios digitais. Falta analitcs, falta um relacionamento direto com os formadores de opinião reais do mercado (sim, falo dos blogueiros). Muito, muito mais efetivo em termos de vendas, um investimento num blog (investimento no relacionamento!) que em uma crítica na Folha de S. Paulo (esta frase ouvi no evento do Publishnews!!). Olha que coisa maravilhosa... Agora, como sempre, vejo editoras comendo mosca: marketing na era do papel e budget mal empregado.

Ah mas o que tem de gente chata falando somente do lado negativo disso tudo... Que a geração está cada vez mais superficial, que estão somente fazendo propaganda de moda com capa de livro, que os jovens de hoje blá blá blá... Ignoro veementemente essa história negativa, pois mais uma vez o papel do curador/educador se mostra fundamental. Os maiores blogs de literatura são organizados por profissionais da educação, mestrados e doutorandos até. Os pais continuam com papel fundamental também na formação do caráter e gosto literário. Não, nada ainda substitui esse pessoal das antigas.

A Bienal por sua vez também comete o erro crasso de deixar esses profissionais de fora. Temos que repensar o evento como um todo. Não é à toa que tivemos centenas de estandes a menos e o espaço vem encolhendo. Agora, pensando comigo: se o espaço vem encolhendo, mas o público tende a crescer, temos alguma coisa errada nessa equação, certo?

E o livro digital, nessa história toda? Vai muito bem obrigada! Totalmente engajado nas tecnologias móveis para leitura mobile. Só falta a bendita divulgação, e a bendita organização das editoras. Embora pintem a Amazon como a bruxa do 71, os editores dão mais chances competitivas a eles do que às outras lojas. Mandam um preço para Amazon, e outros preços para as concorrentes. Assim fica difícil, né minha gente? Precisamos ter as mesmas chances. Tanta gente reclamando e demonizando o bicho papão e ao mesmo tempo alimentando ele com Whey Protein… Me explica?

Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e Instagram) tem formação clássica em História. Foi pioneira no mercado editorial digital no Brasil. É a nova Head de Conteúdo da Árvore e a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.

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camila.cabete@gmail.com (Cringe!)

** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.

[04/09/2014 21:00:00]
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