Entramos em agosto, ou seja, nosso ano definitivamente acabou. Agora é aguardar a Bienal, e pronto, encerramos o ano e começamos o planejamento para o ano que vem. Será mesmo? Será que as editoras fazem este planejamento, levando em consideração as evoluções tecnológicas? Será mesmo que nosso mercado está andando junto, de mãos dadas com toda a novidade que está por vir?
Muito diferente de outros mercados, o nosso não está acostumado a isso. Repetindo (e cada dia com mais lucidez e conhecimento de causa): desde Gutenberg nada havia mudado... E agora? Como devemos proceder?
Minha aposta é: as empresas devem se voltar para estudar e entender o que os nativos digitais vão querer ver, ler e consumir. Sabe toda essa confusão que está acontecendo nas ruas? Então, são novos tempos. Aquele posicionamento dos editores de editar, além dos livros, as vontades e as estantes das livrarias já era, baby. Eles acham o que querem na internet. E o melhor, querem pagar por isso. Quanto maior a oferta ao consumidor e quanto mais transparente (sim, minha gente, transparência!), mais engajados os consumidores ficam.
Com o que as editoras e profissionais devem se preocupar em 2014? Bom, primeiramente, ainda estamos precisando de conteúdo. Sim, ainda. O acervo não cresce com velocidade, pois os contratos, lá atrás, não previam isso. Força tarefa! Afinal, se vocês não fizeram, alguém vai fazer. E isto serve para as editoras de fora, afinal, o que impediria?
Além de correr com contratos e colocar o conteúdo, pensemos também em formatos. Em que formato devemos investir? No mais básico: ePub. Sim, esqueça definitivamente os PDF's. Eita arquivinho limitante. Pense nos smartphones. Conforme o tempo passa, mais eu leio no meu smartphone. Mais trabalho no meu tablet (coisa que estou fazendo agora). Imaginem os mais jovens? (nossa, me senti uma vovó agora).
Além de conteúdo e formato maleável, pensem em serviços. O que o e-book pode promover? Uma coletânea de links para determinado assunto? Com constantes atualizações? Links que levam diretamente às lojas? O livro pode ser um serviço contínuo...além de ser uma empresa. Dependendo do tamanho do projeto e das requisições de um determinado conteúdo, já pararam para pensar que podem existir editoras de um livro só? Para ser mais específica, pensemos juntos: vamos criar uma start-up, esta empresa fará um livro especializado em moda, com coletâneas para profissionais, contendo várias lojas, dicas, novos vídeos, parcerias de determinados serviços, espaços para profissionais. Matérias atualizadas, fotos com links para impressão em alta definição... estou divagando, mas o mercado precisa disso. Divagações, aliadas a ações, podem fazer enfim o mercado se movimentar. Ah, mas isso é uma revista? um site? O que é uma revista? O que é um site hoje em dia?
As editoras têm que se movimentar, se reinventar. Podemos fazer isso. Até que enfim colocaremos as mentes criativas das editoras para funcionar. Se desprendam das amarras do papel e passem a valorizar estes profissionais, senão eles sairão da sua empresa e serão seus concorrentes diretos. A evasão de mão-de-obra das editoras é outra previsão que mãe Camila aqui faz. Vamos discutir mais a respeito disso?
(Enquanto revisava a coluna eu recebi esta notícia) Juro que não sabia de nada, mas esperava… Já deu a hora de se reinventar!
Sugestões de pauta, dúvidas etc. por favor escrevam para camila.cabete@gmail.com
Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e Instagram) tem formação clássica em História. Foi pioneira no mercado editorial digital no Brasil. É a nova Head de Conteúdo da Árvore e a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.
camila.cabete@gmail.com (Cringe!)
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