Inspirado na tradição africana dos griots, antigos contadores de histórias que transmitem conhecimento e cultura por meio da oralidade, Noguera propõe em ABC do amor (Oficina Raquel, 248 pp, R$ 68) um letramento afetivo: uma alfabetização emocional para tempos em que amar – e saber amar – se torna urgente. Um ato individual de consequências coletivas. O livro se estrutura como um abecedário, que atravessa conceitos como “Abraço”, “Alegria”, “Amor-próprio”, “Afeto”, “Amizade”, “Amor como ato político”, e assim por diante. Com interconexões filosóficas, o autor constrói uma cartografia do amor que inclui referências que vão de Espinosa a bell hooks, de Platão a Sobonfu Somé, passando pela confluência com Nêgo Bispo, que entrelaçam saberes da tradição ocidental com cosmopercepções afrodiaspóricas e indígenas.