
Os expositores registraram recordes de vendas e alguns chegaram a 100% de crescimento em comparação com o evento de 2023. A HarperCollins Brasil, por exemplo, dobrou seu faturamento em comparação com a edição anterior. Na Globo Livros, o crescimento foi de 70%, enquanto Companhia das Letras e Record alcançaram um aumento de cerca de 65%. As editoras Sextante e Arqueiro tiveram alta de 60%, seguidas por Intrínseca e Ediouro, com avanço de 45% nas vendas. Já a Rocco registrou um incremento de 62%.
“O sucesso da experiência mais imersiva apresentada nesta edição da Bienal deixou claro que a literatura precisa ir até o público sob diferentes abordagens. Por isso, a Bienal é essa potência que impulsiona o universo literário como um todo e que foi crucial para o Rio conquistar o título de Capital Mundial do Livro, e se mostra um poderoso instrumento para a tão necessária ampliação do universo de leitores no país”, destaca Dante Cid, presidente do SNEL.
Balanço das editoras
Diversas casas editoriais consultadas pelo PublishNews relataram que a Bienal do Livro Rio 2025 foi o maior evento em vendas de suas histórias.
“Essa foi uma Bienal que superou muito todas as expectativas mais otimistas", diz o diretor de marketing e comercial da Rocco, Bruno Zolotar. "Importantíssimo o trabalho de divulgação feito com produtores de conteúdo de redes sociais que trouxeram um público amplamente jovem para o evento e também a disposição desse público em comprar. Tinha muita gente levando 4 ou 5 livros e até com mala no estande. Os títulos de gêneros com muita aderência com o público jovem como romantasia, 'healing fiction; e romances de esporte funcionaram muito bem, mas é muito bom ver a penetração que a obra da Clarice Lispector está alcançando com esse público de geração Z, com dois títulos entre os 10+ vendidos.”
A Companhia das Letras encerrou sua participação com um crescimento de 63% em faturamento e de 38% em volume de exemplares vendidos, em relação à edição 2023.
“Fizemos uma Bienal histórica e alcançar esse resultado é motivo de grande alegria para todos nós da Companhia. Esse resultado é um trabalho coletivo que demonstra o nosso olhar atento aos leitores”, diz Luiz Schwarcz, editor e fundador da Companhia das Letras. “Nos emociona ver leitores de todas as idades e perfis circulando pelos estandes, descobrindo histórias e encontrando seus autores favoritos”, completa.
O maior destaque da editora foi Raphael Montes, que liderou as cinco primeiras posições dos mais vendidos. Como tradição nas bienais, o público jovem tem papel fundamental no sucesso dos títulos mais procurados.
A HarperCollins Brasil, no ano que marcou os seus dez anos de atuação no país, dobrou o faturamento em relação à edição de 2023. Nossas ativações nesta 'Bienal das experiências' foram muito bem aproveitadas pelo público durante o evento", comenta a diretora executiva da HarperCollins Brasil, Leonora Monnerat. "O fenômeno dos livros de colorir de Bobbie Goods ficou evidente, com os quatro títulos de Abbie Goveia dominando as primeiras posições em vendas. Também foi emocionante ver a força dos nossos autores nacionais: Thalita Rebouças, com Diário de uma garota esquisita, entre os mais vendidos, e Rodrigo Bibo, que se destacou como um dos grandes nomes do nosso grupo, confirmando a força da literatura cristã no Brasil".
A Globo Livros também registrou um crescimento em relação a 2023 de 70%. Os gêneros de destaque no estande foram romantasia e romances hot. “A Bienal do Livro Rio 2025 foi, sem dúvida, a maior de todos os tempos — e o resultado superou todas as expectativas. Tivemos um crescimento de 70% em relação a 2023, o que mostra a força do livro e o interesse cada vez maior do público por eventos literários. É extremamente gratificante ver tanta gente circulando, participando, celebrando a leitura. Sempre que há uma programação interessante, o público comparece — e essa presença faz toda a diferença. Gêneros como a romantasia e o hot foram destaques incontestáveis, mostrando o quanto o mercado está atento e em sintonia com os leitores. Além disso, também podemos destacar o crescimento dos livros de não-ficção nacionais, como Agressão, da jornalista Ana Paula Araújo, e Tá na história Brasil, do jornalista e historiador Thiago Gomide, que fizeram grande sucesso no nosso estande e atraíram um grande público nos seus eventos durante a Bienal. Valeu muito a pena apostar nesta edição da Bienal — estamos muito felizes com o resultado", avalia Mauro Palermo, diretor da Globo Livros.
No primeiro fim de semana, a Intrínseca já tinha superado expressivamente o faturamento em relação à edição passada. Com o maior estande já montado, a editora carioca chegou ao final do evento com faturamento 45% maior na comparação com a Bienal do Rio 2023.
"Fechamos a Bienal do Livro este ano com o sentimento de dever cumprido", avalia Vanessa Oliveira, gerente de marketing da Intrínseca. "Levantamos o maior estande da história da Intrínseca e recebemos inúmeros leitores empolgados com os nossos lançamentos e clássicos. No fim do evento, a melhor parte é ver o crescente interesse pela leitura, sobretudo entre os jovens. Ver livros que lançamos recentemente ganhando o coração das pessoas e subindo na lista de mais vendidos é muito gratificante. Receber nossos autores, nacionais e internacionais, também é sempre muito bom. A Lynn Painter, que esteve com a gente pela terceira vez, já tem o amor do público brasileiro e o nosso. Uma hitmaker com todos os livros no nosso top 20. Ver isso acontecendo pelos nossos corredores é muito bonito. Encerramos a Bienal do Livro do Rio gratos com os resultados e os encontros que tivemos e já estamos ansiosos de reencontrar os leitores na Bienal do Livro de São Paulo!".
Com um estande de 396 m², o maior de todas as edições, Sextante e Arqueiro viram suas vendas crescerem 60% em relação à edição anterior no Rio, em 2023. Para o sócio-diretor Marcos da Veiga Pereira, os números refletem não apenas a força dos livros, mas também a conexão com o público.
“Os resultados que fazem desta Bienal uma edição histórica confirmam a nossa crença de que, quando o livro encontra espaço e oportunidades de mediação, o leitor responde. O crescimento de 60% da Sextante e da Arqueiro em relação à edição de 2023 é motivo de muita alegria. Ampliamos nosso estande para oferecer ao público uma experiência melhor, investimos em edições exclusivas especialmente pensadas para o evento e contamos com uma equipe cuidadosa e comprometida com a leitura para criar uma conexão ainda maior com o leitor. Celebramos também este ano um crescimento em relação à Bienal de São Paulo de 2024, que por sua vez já havia batido seus próprios recordes. No painel que participei no Publisher Summit, às vésperas da Bienal, falamos sobre caminhos para ampliar o acesso ao livro no Brasil. Acredito que um desses caminhos seja justamente eventos como este. O desafio agora é fazer com que isso aconteça ao longo de todo o ano, em diferentes regiões do país", avaliou Pereira.
O Grupo Autêntica finalizou sua participação na Bienal do Livro Rio 2025 com crescimento de 24% nas vendas em relação à edição anterior. Representado pela Editora Gutenberg, o Grupo apostou em um estande totalmente voltado ao público jovem e jovem adulto — maior contingente entre os visitantes da Bienal — com layout colorido, brindes, lançamentos aguardados e sessões de autógrafos.
A editora Flavia Lago, responsável pelo selo Gutenberg, destacou a conexão do público com o catálogo apresentado: “Apostar em lançamentos voltados ao público jovem é mais do que uma estratégia de mercado: é uma resposta ao entusiasmo que esses leitores demonstram nos eventos. São leitores apaixonados por histórias com representatividade, fantasia e romance, e estão sempre em busca de novos autores para amar.”
Os planos para a próxima Bienal do Rio já começam a ser desenhados e incluem a expansão da área ocupada pelo estande e a transferência para o Pavilhão Azul. “Saímos do Rio com o sentimento de dever cumprido e já cheios de ideias para a próxima Bienal. Este ano, ampliamos nosso espaço em relação à última Bienal, o que sem dúvidas contribuiu para nossa visibilidade. Mas, para o próximo, já projetamos esta mudança pois entendemos que o maior volume de compras está no Azul, o que certamente afetou os resultados registrados neste ano.”
A expectativa do Citadel Grupo Editorial era fechar a Bienal 2025 com um crescimento em torno de 40% em relação à edição anterior. "Em relação à circulação no estande, podemos afirmar que houve um aumento na movimentação e no interesse pelos nossos livros. Sabemos que sempre há desafios, especialmente num evento desse porte, com milhares de pessoas circulando diariamente, mas ainda assim, algumas ações de melhoria realizadas pela organização, como no acesso, foram percebidas e muito bem-vindas. Estamos muito felizes e animados para continuar trabalhando, lançando novos títulos e trazendo mais novidades para o público. Com certeza estaremos presentes nas próximas edições: no próximo ano em São Paulo e, daqui a dois anos, novamente no Rio de Janeiro", comentou André Fonseca, diretor editorial do Citadel Grupo Editorial.
Para a Matrix, foi a primeira vez no evento. "Estamos muito contentes com os resultados alcançados, com a recepção calorosa do público e com a visibilidade que conquistamos. O ganho institucional foi incomensurável, pois muitas pessoas que ainda não conheciam nossas obras puderam ter contato com elas pela primeira vez. Fiquei particularmente impressionado com a participação do público. A experiência nos deixou tão animados que, com certeza, estaremos de volta na próxima edição da Bienal do Rio, provavelmente com um estande ainda maior do que o deste ano. Aproveito para deixar uma sugestão à organização: percebi que, após as 18h, o fluxo de visitantes tende a cair. Talvez fosse interessante considerar a liberação de ingressos específicos para entrada nesse período, para manter o movimento intenso até o encerramento das atividades. Apesar de ser um evento naturalmente exaustivo, com grande circulação ao longo do dia, essa medida pode ampliar ainda mais o alcance dos leitores", disse Paulo Tadeu, fundador e editor da Matrix Editora.
A VR Editora, casa editorial responsável por publicar a série Diário de um Banana no Brasil, marcou um crescimento de 11% em comparação com a 21º edição do evento em 2023. “O maior destaque de todas as Bienais sempre foi, e sempre será, o relacionamento: com leitores, influenciadores, clientes e parceiros. A Bienal do Livro do Rio de Janeiro é um evento multigeracional. Encerramos esta Bienal com sentimento de realização, grata pelo acolhimento do público e pelos resultados conquistados”, revela Alessandra Pezarine, analista de Marketing e Comunicação do grupo VR Editora.
A Cortez Editora, que este ano levou também a Livraria das Perdizes à Bienal do Livro Rio, registrou número de vendas similar a 2023, mas aponta crescimento no perfil de público geral, de 10%. “O fluxo de público com verba fica retido nos pavilhões 2 e 3. Então, as vendas para esse perfil de público, crianças e professores, caíram, apresentando uma redução em comparação a 2023. Mas, com o perfil de público geral, tivemos um crescimento de 10%”, aponta a diretora comercial da Cortez Editora, Elaine Nunes.
Com relação à estrutura do evento, Elaine pontua que a circulação na Bienal flui melhor com a alimentação na parte externa, o que ajudou muito no fluxo das pessoas e no conforto dos leitores. No entanto, ainda há pontos que não evoluíram, como local exclusivo para os expositores almoçarem e banheiros. A representante da Cortez também revela que muitos leitores reclamaram da falta de informações sobre a localização de estandes.