“Quem conta um conto, aumenta um ponto” é um ditado popular bem conhecido. Ele vem de um tempo em que os povos contavam suas histórias de boca a boca, “oralmente”, como se costuma dizer. E assim se guarda na memória um pouco de tudo, principalmente de culturas tradicionais. Saber escrever e ler veio bem mais tarde do que a contação de histórias. Muitas dessas histórias eram verdadeiras, outras não, mas elas tinham sempre alguma razão, ensinando e mostrando a importância do passado. Nas grandes civilizações antigas, como as do Egito, da Grécia e de Roma sempre foi assim, mas isso também sempre aconteceu entre os indígenas brasileiros, por exemplo. Pan Gu e a criação do mundo (Folhas de Relva, 60 pp, R$ 59,90), de Ina Ouang, traz uma lenda chinesa que fala como surgiu o mundo e quem ficou com a responsabilidade de proteger tudo que é belo nele. Na China, país onde a autora nasceu, acredita-se que levou 1100 anos até que as lendas fossem escritas. A lenda que serviu como base para esta obra já foi escrita inúmeras vezes, mas agora Ina a conta à sua maneira.