Em 'Deslocados', um jovem queniano alocado em um campo de deslocados internos prova ser muito mais que uma simples vítima de uma tragédia
Entre os muitos problemas sociais que ocorrem mundo afora, existem os deslocados internos. Refugiadas dentro do próprio país, são pessoas que precisaram deixar suas casas em busca de abrigo e proteção. A história de Kimathi, protagonista deste livro, vai além de denunciar essa tragédia, entretanto. Ao nos apresentar seus sonhos e desejos e sua perseverança em instalar caixas-d’água no acampamento onde passou a viver no Quênia,
Deslocados (FTD, 192 pp, R$ 72 - Trad.: Nina Rizzi) revela a complexidade do ser humano e reforça o poder da juventude na construção de um futuro melhor. Por trás de cada personagem da obra escrita por Patrick Ochieng, há uma história real de pessoas que tiveram de fugir de violências e perseguições, mas há também beleza, desejos e sonhos de paz e prosperidade. Kim apresenta um duplo deslocamento: uma busca geográfica para se salvar e uma busca existencial por pertencimento e identidade, típica da adolescência. Nesta história, ambas as buscas se confundem e se misturam.