O primeiro romance de terror da literatura brasileira
PublishNews, Redação, 04/12/2023
Morte, amor e filosofia em cinco histórias góticas, levadas pelos vapores do vinho e do tabaco, na obra de Álvares de Azevedo que marca o centésimo título da Carambaia
Primeiro livro de terror da literatura brasileira, Noite na taverna (Carambaia, 176 pp, R$ 139,90) foi publicado pela primeira vez em 1855, após a morte do autor, Álvares de Azevedo, com apenas 20 anos (1831-1852). São cinco histórias de atmosfera onírica, contadas pelos membros de um grupo de amigos que se deixam levar pelos vapores do vinho e do tabaco numa taverna, cenário atemporal e sem localização precisa. Nesses contos interligados, a morte forma um duplo indissociável do amor. Essa dicotomia surge nas figuras de mulheres trágicas e diáfanas em cenários lúgubres, não raro com a presença de túmulos, caixões e punhais. O primeiro a contar sua história é Solfieri. A narrativa sombria é sobre uma mulher misteriosa e pálida que, ele vem a descobrir, sofre de catalepsia – algo entre o sono e a morte. Por sua vez, Bertram fala de um duelo, uma virgem deflorada e uma estranha viagem de navio. Gennaro, um pintor, se envolve com a mulher e a filha de seu mestre, que prepara uma vingança. A história de Claudius Hermann se desenrola a partir do amor por uma duquesa e o subsequente assassinato de seu marido. Johann retoma o tema de outra história, o duelo – desta vez seguido de reviravoltas sobrenaturais. Ao fim dos cinco relatos, há mais uma cena de volta à taverna. Mais do que a filosofia, porém, as inspirações dessa obra de Álvares de Azevedo são o romantismo gótico de Lord Byron e E.T.A. Hoffman e as passagens mais fantasmagóricas de William Shakespeare. Noite na taverna é o centésimo livro publicado pela Carambaia.