É possível entender o que ocorre em boa parte da imprensa brasileira, afinal, depende exclusivamente de patrocínios privados e raros os apoios públicos mais democráticos. Ao que se soma a pressão cada vez maior das grandes empresas digitais do mundo, a se ver, Meta, Google, Microsoft, Apple entre outras.
Talvez por isso, quem comunica no Brasil se vê preso a notícias requentadas ou a notas sensacionalistas e apelativas, sem muito espaço para a informação de verdade. Acrescentemos nisso a redução da qualidade dos nossos produtores de notícias, os jornalistas. Estes, que tiveram seus diplomas rebaixados enquanto profissão, e que viram sua área tomada por amadores, por eternos estagiários e inventores de absurdos dos mais diversos por segundos de fama no TikTok.
A característica deste espaço no valoroso PublishNews não é de restar em choradeira. Isso não. É propor, sempre, alternativas, ou mesmo denunciar distorções e muito do que passa, e talvez não seja visto no mundo editorial, e por vezes fora dele.
Me obrigo, então, a falar não só dos podcasts com o mercado editorial, cada vez melhores, aqui publicados. Algo que por si mereceria melhor repercussão no resto da mídia brasileira. Mas a recente entrevista com a CEO da Editora Gente, Rosely Boschini, trouxe uma notícia merecedora do maior destaque e repercussão, para que chegasse às escolas e também às centenas de cursos de escrita criativa país afora.
Rosely Boschini disse apostar no autor nacional, e somente por isso já mereceria grande destaque, vide a justificada reclamação do estreito espaço do autor brasileiro no próprio mercado editorial nacional. Mas fez mais: sua Editora Gente colocou, no último ano, títulos entre mais vendidos nas melhores pesquisas de vendas em todos os meses. E mais, sim, tem mais: seu projeto editorial em cores, fontes e criação se apresentou inovador, e, para completar, os assuntos escolhidos muitas vezes foram abrangentes, e de certa forma rompedores com o padrão estrangeiro adotado.
Como autor e depois como editor, vi na Gente questões que jamais pensei respondidas: como as de agentes literários que apontavam a necessidade do mercado editorial acolher autores não somente da alta literatura ou para grandes temas, mas que deveríamos ter também autores bestsellers, com temas mais diversificados, diante mesmice reservada aos autores nacionais.
Aí está, caros jornalistas de outras mídias e até mesmo das digitais, a notícia é esta: o maior espaço para o autor e para a autora brasileira foi provado que vale a pena financeiramente e editorialmente. E maior atenção ao que diz o PublishNews e suas notícias, porque aqui tem informações vitais para a cultura, como sempre falei em minhas aulas de produção editorial.
Parabéns, Rosely, parabéns, PublishNews, parabéns, Editora Gente. Que sirvam de exemplo para uma nação leitora de verdade. Que mais editoras busquem o autor em português brasileiro, com mais espaço nas redações e nas mesas dos jornalistas para autores nacionais, e ainda mais espaço nas universidades e faculdades para quem escreve e adora, e precisa, e só faz escrever. Por esse caminho geraremos empregos vitais e o mais importante: qualificaremos da melhor forma a cultura produzida no país.
Paulo Tedesco é escritor, editor e consultor em projetos editoriais. Desenvolveu o primeiro curso em EAD de Processos Editorais na PUCRS. Coordena o www.editoraconsultoreditorial.com (livraria, editora e cursos). É autor, entre outros, do Livros Um Guia para Autores pelo Consultor Editorial, prêmio AGES2015, categoria especial. Pode ser acompanhado pelo Facebook, BlueSky, Instagram e LinkedIn.
** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.
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