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Um resgate histórico da Livraria Literarte
PublishNews, Redação, 14/09/2022
Livro de Gonçalo Junior publicado pela Noir apresenta um retrato intenso da livraria que se tornou um símbolo de resistência e coragem para enfrentar a ditadura

O livro Literarte – Uma livraria fora da ordem na Ditadura Militar (Noir, 268 pp, R$ 59,90), de Gonçalo Junior, é bem mais que uma narrativa sobre um lugar que se tornou ponto de resistência e luta pela redemocratização do país, entre 1978 e 1985. Como fio condutor da obra está a trágica história de Dinaelza Soares Santana Coqueiro, irmã do fundador da livraria, Getúlio Santana, que foi morta pelo Exército Brasileiro em 1974, na Guerrilha do Araguaia, e seu corpo jamais foi encontrado. Gonçalo – que já biografou Rubem Alves, Herbert Richers, Jacob do Bandolim, Assis Valente, Vadico e outros – apresenta um retrato intenso, empolgante e emocionante de uma geração de baianos das décadas de 1970 e 1980 na militância pelo fim da ditadura e notou que, no meio do caminho, para o bem de todos, havia uma livraria a lhes alimentar o espírito e a mente. Um lugar que vendia também camisetas com mensagens descoladas que faziam todos querer vesti-las como um gesto de atitude e de sintonia com a luta para mudar tudo à volta. A partir de depoimentos e entrevistas de quase uma centena de antigos clientes, além dos proprietários Getúlio e o cartunista Nildão, o autor mostra como, das prateleiras da Literarte, podiam ser comprados livros que transformaram, por exemplo, lideranças estudantis em muitos dos mais importantes políticos e intelectuais da esquerda da Bahia nos últimos 40 anos.

[14/09/2022 07:00:00]
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