A Folha trouxe reportagem sobre Terramar, obra da escritora americana Ursula K. Le Guin (1929-2018) que abriu o caminho para que Harry Potter pudesse ter seu espaço na literatura de fantasia. A coleção de seis livros, que tem protagonismo negro e elementos de filosofia oriental, começa a ser relançada no Brasil pela editora Morro Branco. O primeiro volume, lançado originalmente em 1968, é O Feiticeiro de Terramar. Para muitos críticos, a obra é comparável em sua complexidade a O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, mas traz alguns elementos subversivos.
O Estadão publicou longa entrevista com a filósofa e ativista Sueli Carneiro, considerada uma das maiores pensadoras negras do Brasil. Na conversa, ela faz uma retrospectiva histórica do feminismo negro no país e sublinha o surgimento de organizações lideradas por mulheres negras como “resultado da insuficiência teórica e prática do feminismo branco tradicional para identificar, compreender e equacionar politicamente as diferenças raciais e culturais das diferentes mulheres do mundo”.
O Estadão trouxe também um texto escrito por Hughes Honoré, da agência de notícias France Presse, a respeito de um bestseller em constante modificação. Ele fez uma análise detalhada de O diário de Anne Frank, mostrando como o texto da jovem de Amsterdã que morreu em um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial foi sendo revisto e ampliado em várias edições diferentes desde seu primeiro lançamento, em 25 de junho de 1947. A obra vendeu mais de 35 milhões de cópias no mundo até hoje.
O Globo publicou entrevista com o sociólogo Luiz Augusto Ramalho, que nos anos 1960 teve um romance com a poeta Ana Cristina César. Separados, ela viajou para o intercâmbio em Londres, e ele, perseguido pela ditadura, foi para a Alemanha. Ramalho publica agora Amor mais que maiúsculo (Companhia das Letras), um livro com cartas que a poeta escreveu para ele entre 1969 e 1971, já demonstrando ser uma poeta em formação. Ana Cristina César que completou completaria 70 anos na última quinta-feira (02), voltou ao Brasil em 1970 e tornou-se uma das principais poetas de sua geração até cometer suicídio em 1983, aos 31 anos. Sua obra maior é A teus pés (1982).
O Globo também destacou o lançamento de Poemas e desenhos inéditos (Lacre), com material inédito no Brasil produzido pelo jornalista, poeta e crítico literário Ivan Junqueira(1934-2014). Conhecido por seus versos sisudos, muitas vezes tendo a morte como temática, esses poemas e desenhos da sua juventude mostram um lado irônico e divertido do escritor. Essa faceta que sua viúva chama de “Ivan Junqueira da mesa de bar” era só conhecida por seus amigos e também por seus colegas imortais na Academia Brasileira de Letras.