A escritora francesa Marguerite Duras (1914-1996) recebeu um pedido muito específico do cineasta Alain Resnais quando este solicitou um roteiro a ela, em 1958: “Faça literatura. Escreva um livro só para mim. Esqueça que existem câmeras.” E assim ela escreveu um dos roteiros mais aclamados da história do cinema. Hiroshima meu amor (Relicário, 196 pp, R$ 57,90 - Trad.: Adriana Lisboa). Quando lançado no Festival de Cannes de 1959, o filme teve uma aclamação intensa. A roteirista e o diretor trabalham numa sobreposição de dois níveis de história, um de intimidade pessoal e outro de abrangência e análise histórica. O foco é o romance entre um arquiteto japonês e uma atriz francesa que vai ao Japão para rodar um filme sobre a paz. Opõe a fragilidade de uma relação amorosa ao trauma disseminado entre toda uma população. Lançado pela primeira vez no Brasil, o livro reúne o roteiro e os diálogos originais do filme. O volume é o segunda da coleção que a editora publica sobre a autora. O primeiro a chega às livrarias foi Escrever.