Um dia, conversando no intervalo das aulas, Mila e seu grupo de amigos são abordados pelos meninos do time de basquete da escola. Nessa aproximação, um deles abraça Mila, que a princípio pensa estar sendo amigável com o rapaz. Mas o abraço demora um pouco mais do que o esperado, a garota se sente tocada “de um jeito esquisito” e fica visivelmente desconfortável. Os dias passam e outros garotos daquela turma também querem se aproximar dela, com a mesma insistência de pegar em seu corpo. Mila passa um bom tempo sem encontrar alguém com quem se sinta à vontade de falar sobre o assunto. Assim é o enredo de Disseram ser sorte (Globo Alt, 272 pp, R$ 44,90), de Barbara Dee, autora com mais de dez livros infantojuvenis lançados. A escritora conduz a personagem até que encontre acolhida num ambiente que nunca imaginou um dia frequentar: aulas de caratê. Na verdade, a chave da narrativa não está em Mila aprender a se defender fisicamente para afastar os rapazes inconvenientes, mas sim descobrir que pode ter apoio de amigos para as fases mais difíceis da passagem para a vida adulta.