Cenógrafo e figurinista conta no livro as lembranças de uma vida inteira dedicada às artes cênicas
Ao contar histórias sobre sua
trajetória no livro
A mochila do mascate
(Bem-te-vi, 328 pp, R$ 110), Gianni Ratto, um dos maiores e mais importantes
cenógrafos e figurinistas de sua época, propõe que ao leitor acompanhar por meio de
seu olhar de peregrino, nômade e explorador a sua vida inteira dedicada às artes cênicas. Seus
caminhos o trouxeram ao Brasil, onde teve papel essencial na criação do teatro
brasileiro contemporâneo e na formação de toda uma geração de atores e
diretores.
A mochila do
mascate
(fragmentos do diário de bordo de um anônimo do século XX), vem em
edição revista de sua publicação original, nos anos 1990. Às memórias de Gianni
Ratto, junta-se uma seleção preciosa de fotos de algumas de suas montagens. O
mascate do título não é à toa: aos 80 anos de idade, vê-se como um vendedor de
ilusões, ou melhor, reflexões, como só o exercício das artes cênicas pode
proporcionar. Sua autobiografia não segue ordem cronológica
pois não é essa o caminho da memória. Cada fragmento que ilumina se intercala
com outros formando uma personalidade singular, que dedicou seus talentos e
capacidades à serviço da cultura brasileira.