‘Os tijolos nas paredes das casas’ mostra que nem sempre as melhores intenções levam a decisões acertadas
A bordo de um
Ford Cortina, os jovens londrinos Beck, Harry e Leon deixam a cidade com uma
mala cheia de dinheiro. Estão fugindo de namorados ciumentos, empregos vazios,
maníacos violentos e traficantes descontentes. Mas, sobretudo, estão carregando
a esperança de escapar do tédio inesgotável da vida no sudeste de Londres - o
lugar que sempre chamaram de casa. À medida que voltamos na história desses
personagens, para o momento em que ainda não haviam partido, vemos seus dias divididos
entre confiança e aversão à própria existência, solidão e desejo, uma ambição
desesperada e a assustadora perspectiva de não alcançar objetivo algum. Em
Os tijolos nas paredes das casas (Casa
da Palavra, 336, R$ 44,90), a poeta Kate Tempest explora a vida contemporânea
das cidades através das lentes poderosas de um microscópio moral, dando-nos
irresistíveis histórias de vidas obscuras e mostrando-nos como as melhores
intenções nem sempre levam a decisões acertadas.