Bombas ameaçam intolerância mundial
PublishNews, 11/09/2003
Milhares de bombas serão espalhadas pelo mundo hoje. Trata-se de uma conspiração anônima que, por meio da internet e de matérias publicadas em jornais, arrebanhou inúmeros voluntários dispostos a espalhar os explosivos em locais públicos de importantes cidades do planeta como Bruxelas, Paris, Florença, São Francisco e São Paulo. Quando detonadas, estas bombas, feitas de papel, cola, tinta e talento, têm um efeito devastador: podem levar suas vítimas à reflexão e à consciência e, no limite, criar um mundo mais tolerante e habitável. Explica-se: as bombas nada mais são do que livros que serão "liberados" por pessoas que acreditam no poder da palavra escrita. Chamado de Atentado Poético, o movimento que se espalhou pelo mundo através de e-mails já possui até slogan no Brasil: "Solte um livro, não uma bomba". Além disso, tem obtido adesões de peso, como do ator Raul Cortez, que promete liberar um Alcorão na praça da Sé em São Paulo, e da rádio paulistana Brasil 2000, que prepara uma programação especial com os grandes poetas da música mundial e vai espalhar livros com vale prêmios por toda a capital paulista. O PublishNews apóia a iniciativa e convoca seus assinantes a participarem do evento. Afinal, editores, livreiros, escritores e profissionais do mercado editorial conhecem mais do que ninguém a força da literatura. Infelizmente, já surgem equipes "anti-terror" para "sabotar" o atentado. A coluna Gente Boa, do Globo, informa que pelo menos um dono de sebo carioca acionou um funcionário para recolher livros que serão deixados hoje pelo Rio de Janeiro. A poeta norte-americana Amy Lowell dizia que "todos os livros são espadas ou sonhos". Então, que os livros espalhados hoje pelo planeta representem o sonho da extinção da espada.
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