Um rapaz se deixa encantar por uma moça, a mais bela de Siracusa; seu amor é correspondido, e tudo parece mais que promissor, mas os azares do mundo, sob a batuta errática da Fortuna, parecem soprar em outra direção, e logo sobrevêm complicações e equívocos, raptos e guerras, persas e piratas, peripécias e reviravoltas... A trama de Quéreas e Calírroe (Editora 34, 208 pp, R$ 57 - Trad.: Adriane da Silva Duarte) — concebida no século I d.C. por Cáriton de Afrodisias, um autor grego de quem se sabe pouquíssima coisa — convida seus leitores a uma verdadeira viagem. Em primeiro lugar, a uma viagem literal e rica em incidentes, no rastro de personagens que perambulam sem descanso pelo Mediterrâneo e pela Ásia Menor. Mas igualmente a uma viagem literária, rumo às origens de um gênero destinado a longa carreira — o romance. Em Quéreas e Calírroe o leitor encontra o amor e a paixão, que vão roubando a cena à guerra; além da bela Calírroe, tão astuciosa quanto Odisseu, inaugurando a vasta galeria de heroínas que, desde então, vêm marcando o romance.