Publicidade
A degradação da elite
PublishNews, Redação, 04/06/2020
Romance de estreia de Marcelo Vicintin fala da elite brasileira sem caricatura através das histórias de dois personagens corrompidos

“Dizem que o dinheiro não muda ninguém, apenas desmascara; e é num mundo sem máscaras que as predileções humanas ficam mais claras.” Esta é a síntese de Sobras de ontem (Companhia as Letras, 216 pp, R$ 59,90), romance de estreia de Marcelo Vicintin, em que dois narradores privilegiados se alternam para contar cada um a sua história. Um deles é Egydio, herdeiro de uma empresa de navegação, que cumpre pena em prisão domiciliar após ser flagrado por uma força-tarefa da Polícia Federal; a outra é Marilu, espécie de arrivista em busca da imagem perfeita, mergulhada em um presente frenético e incerto. São personagens que não buscam a simpatia do leitor, pelo contrário. Mas seu encanto está justamente no que neles há de corrompido. É necessário considerar as nuances da escrita — a meio caminho entre a paródia e a crítica, procurando abarcar um contexto muito mais amplo, o do Brasil desse início de anos 2020 — para que se possa adentrar no coração desta obra.

[04/06/2020 07:00:00]
Matérias relacionadas
Em 'Viver depressa', a autora-personagem lida com a morte do marido, imaginando o que poderia ter acontecido de diferente e salvado sua vida
Em 'O templo dos meus familiares', Alice Walker apresenta povos cuja história é antiga e cujo futuro ainda está por vir
'Os sussurros' é um romance empolgante sobre quatro famílias cujas vidas mudam quando o impensável acontece
Leia também
Em 'A jornada de Mary', a autora desdobra as várias camadas da traição
Em 'O templo dos meus familiares', Alice Walker apresenta povos cuja história é antiga e cujo futuro ainda está por vir
Em 'Viver depressa', a autora-personagem lida com a morte do marido, imaginando o que poderia ter acontecido de diferente e salvado sua vida