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Em alto e bom som
PublishNews, Leonardo Neto, 02/04/2020
Mariana Rolier é a convidada do PublishNews Entrevista, programa que quer formar um arquivo da memória editorial brasileira

Numa época em que as ruas de São Paulo ainda eram barulhentas, André Argolo convidou Mariana Rolier para uma conversa sentados em cadeiras de praia numa travessa relativamente tranquila do bairro de Pinheiros, em São Paulo. Este foi o último episódio do PublishNews Entrevista antes das orientações de isolamento social. Mariana é editora desde os 23 anos. Antes disso, trabalhou como divulgadora escolar na Moderna e depois como assistente do editor Alberto Schprejer, na Relume-Dumará. Quando a editora é vendida à Ediouro, a assistente é promovida a editora e depois disso fez-se “editora dos pés à cabeça”, mesmo que esse título ainda lhe cause sensações. “Eu ainda me vejo como uma adolescente de 15 anos. Toda vez que alguém me chama de editora ou de professora, eu levo um tempo e dou aquela risadinha de timidez [pra só então assumir]: é... acho que sou", disse rindo.

Ela nasceu no subúrbio do Rio de Janeiro, numa família da “classe C tão desesperada pela sobrevivência”. Mesmo com as adversidades, o pai sabia que ler era importante. Ele “entendia o valor da leitura. Mesmo com o dinheiro apertado, fazia questão de trazer livros”, lembra.

Começou a trabalhar cedo, aos 14 anos. Antes de entrar para o livro, trabalhou em uma videolocadora e começou o curso de História. Os livros, os filmes e as aulas na universidade criaram um “background de cultura” e as coisas foram se encaixando. “Isso foi muito importante. Depois de um tempo, conforme fui entrando no departamento editorial de fato, vi que aquilo era a minha vida. Talvez eu tivesse me preparado para aquilo a vida inteira. Se não fosse isso, seria só uma cultura de entretenimento, um gosto, não uma carreira”, contou.

Há quase dois anos, Mariana trocou o texto pelo áudio, mas faz questão de bater no peito e dizer (agora sem timidez) que ainda é editora. É a gerente de publicações da Storytel no Brasil. “A Storytel é uma grande editora, um grande ambiente editorial”, diz. Ali, ela conta que encontrou “muita paixão e liberdade para se criar” e que o ambiente multicultural – a empresa está presente em 21 países – traz muitas chances: “Há muitas oportunidades nessas diferenças”.

A conversa foi gravada no dia 16 de março, justamente no dia em que a Storytel faria uma festa no Museu da Imagem e do Som para celebrar o lançamento do seu primeiro título original da Storytel, a biografia de Elke Maravilha escrita pelo jornalista Chico Felitti. Como muitos outros eventos, a festa teve que ser cancelada, mas, na entrevista, a editora conta como chegou a essa ideia e como foi o seu desenvolvimento.

O PublishNews Entrevista é um oferecimento do #coisadelivreiro, consultoria em marketing e inteligência de negócios para o mercado editorial.

Além de estar disponível no canal do PublishNews no YouTube, a entrevista com Mariana está disponível em áudio também pelas plataformas digitais: Spotify, iTunes, Google Podcasts e Overcast.


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[02/04/2020 09:30:00]
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