Depois de ter o seu primeiro plano judicial aprovado em fevereiro de 2021, a Saraiva abriu um edital para tentar vender parte da sua operação com o objetivo de levantar dinheiro para pagar parte de seus credores e ainda gerar caixa. Por conta da pandemia – e depois de três tentativas – a empresa não conseguiu encontrar compradores e, por conta de determinação da Justiça, a varejista tenta novamente aprovar o plano desde novembro passado. Depois de seis adiamentos, na tarde desta segunda (7), a Saraiva finalmente teve seu plano de recuperação judicial aprovado por 63,09% do valor dos credores presentes. Até então o principal entrave para essa aprovação era conseguir o valor de crédito para aprovação do Banco do Brasil, para o qual a Saraiva devia uma quantia de R$ 120 milhões. De acordo com a empresa, a Travessia Securitizadora de Créditos Financeiros fez propostas vinculantes pelos dois ativos e é agora credora da rede no lugar do BB. Clique no Leia Mais para ter acesso à íntegra desta nota.

O Women’s Prize, que consagra anualmente a melhor obra de ficção escrita por mulheres, anunciou nesta terça (8), as semifinalistas da sua 27ª edição. Foram 175 obras inscritas, mas somente 16 continuam na disputa para ganhar o prêmio de £ 30 mil (aproximadamente R$ 201 mil). Entre os nomes indicados, somente a americana Miranda Cowley Heller tem sua obra de estreia publicada no Brasil. O palácio de papel foi lançado em janeiro pela Intrínseca e entrelaça duas camadas: a primeira se desenrola no tempo presente, em Cape Cod, e acompanha o processo de tomada de decisão da protagonista – uma mulher de 50 anos e mãe de três filhos. A outra se concentra nas memórias da personagem, com cenas do passado inevitavelmente emergindo. A autora e colunista turca Elif Shafak - que participou da última edição virtual da Flip – está entre as semifinalistas com The island of missing trees, que será publicado ainda este ano pela HarperCollins. A obra conta a história de um amor interrompido pela guerra e de como os encontros e desencontros decorrentes desse fato reverberam por décadas a fio. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

Atendendo a uma solicitação da Libre (Liga Brasileira de Editoras), a Secretaria de Educação de Fortaleza alterou um edital para compra de livros. No início do ano, a SME-Fortaleza publicou um edital para “seleção de livros de literatura infantil destinado às crianças matriculadas nas unidades escolares com atendimento à educação infantil que integram a Rede Municipal de Ensino". Analisando o documento, a diretoria da LIBRE atentou para exigências que dificultariam muito a inscrição de editoras independentes. Entre os pontos, exigência de inscrição presencial, dificultada ainda mais pela pandemia de Covid-19; documentos com firma reconhecida em cartório, procedimento cada vez mais substituído por certificação digital; envio dos arquivos da obra em pen drive; e fotos dos autores e dos ilustradores. Depois de algumas alterações, o edital prorrogou inscrições até 25 de fevereiro. Mas, com o atendimento de mais algumas mudanças no processo, o prazo agora termina na próxima sexta-feira (11), com condições mais acessíveis à participação de editoras pequenas. O edital por ser acessado aqui.

A Tolkien Estate, empresa que administra os interesses editoriais dos herdeiros do escritor J.R.R. Tolkien (1892-1973), autor de O senhor dos anéis e O hobbit, lançou uma versão renovada do site oficial do autor. O site foi originalmente concebido para reunir as obras literárias do escritor, professor e filólogo britânico. O conteúdo inclui seções sobre a escrita, pintura e caligrafia de Tolkien, sua bolsa de estudos, suas cartas e uma linha do tempo de sua vida, juntamente com inúmeras fotografias de família. O site repaginado traz ainda um bom número de material que permanecia inédito na produção de Tolkien. Foram acrescidas fotos do escritor, registradas entre 1921 e 1972. Para os fãs das obras clássicas de Tolkien, o item mais atraente é o rascunho do manuscrito de The homecoming of Beorhtnoth, Beorhthelm's son, datado de 1953. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

A Martins Fontes Selo Martins abriu uma vaga para analista de e-commerce. É preciso ter experiência com banco de dados e formação em Publicidade e Propaganda, Propaganda e Marketing, Marketing ou Administração de empresas. As funções do cargo incluem administrar o banco de dados; implementar atualizações automatizadas e sistemáticas dos catálogos das editoras, cadastrando lançamentos, atualizando preços etc.; a implantação plataforma de e-commerce; desenvolver conteúdos para sites e realizar o cadastramento, publicação, alteração e exclusão de produtos na loja virtual; efetuar configuração e manutenção do sistema; realizar a edição do visual; criar campanhas on-line, hotsites, e-mail marketing, banners para sites; e realizar a publicação e o acompanhamento de campanhas de links buscadores e compradores de preço. Interessados devem encaminhar currículos para marcio@emartinsfontes.com.br.

O Instituto de Leitura Quindim inicia nesta terça (8), a 3ª edição do projeto Entre a Espada e a Rosa - Seminário de Debates sobre o Dia Internacional das Mulheres, que terá como homenageada Zica Stockmans, atriz, feminista, mãe, produtora cultural, diretora e fundadora da escola de atores Tem Gente Teatrando. Com a temática Musas, deusas ou guerreiras? A trajetória das mulheres nas artes, a programação on-line e gratuita segue até sexta (11), das 19h às 21h, nas redes sociais do instituto no Facebook e no YouTube. Nas lives serão abordadas as trajetórias pessoais e profissionais de mulheres resistentes e temas como os desafios que o meio cultural tem encontrado para se reorganizar após a chegada da pandemia da Covid-19, além dos cortes financeiros que a cultura tem recebido por parte dos governos. Hoje, a conversa homenageará Zica e terá também a participação de Karen Acioly e mediação de Aline Tanaã. Amanhã, o tema será literatura, depois música e, por fim, dança.

Sem dúvida, a escritora inglesa Susie Hodge faz uma proposta ambiciosa com o livro Breve história das artistas mulheres (Olhares, 224 pp, R$ 99,00). Ela pretende contar a produção feminina nas artes, desde a Antiguidade, fazendo conexões entre períodos, artistas e gêneros diferentes. A autora joga luz sobre artistas desconhecidas, hoje redescobertas e reavaliadas. Com muitas ilustrações, ela pinça contribuições importantes das mulheres em movimentos artísticos dominados por homens durante muito tempo. Entre curiosidades históricas, Hodge conta como mulheres foram admitidas na Royal Academy (Reino Unido) e na Académie Royal (França), revela quem foram as primeiras pintoras abstratas, como mulheres sustavam suas famílias com sua arte e obras que foram consideradas como “artesanato feminino” antes de serem reconhecidas como arte erudita.

A década de 1933 a 1943 marcou um dos capítulos mais tenebrosos da humanidade. Em meio ao horror da ascensão do nazismo e da carnificina da Segunda Guerra, quatro mulheres – Simone de Beauvoir, Simone Weil, Ayn Rand e Hannah Arendt – libertaram-se dos grilhões do gênero e provaram que a emancipação do pensamento podia ocorrer mesmo em meio a situações extremas. Com habilidade narrativa e um equilíbrio entre a apresentação biográfica e a análise acurada de ideias, Wolfram Eilenberger oferece em As visionárias (Todavia, 400 pp, R$ 84,90) a história de quatro vidas hoje legendárias que, em meio à convulsão, mudaram a forma de entender o mundo e lançaram as bases para uma sociedade muito mais livre. Seus reflexos chegam até os dias de hoje em temas como gênero, identidade, religião, liberdade, sexo e autonomia. As pensadoras estavam na casa dos trinta anos no período coberto pelo livro e ainda não tinham alcançado a fama que teriam nas décadas posteriores. E, na verdade, quase todas tiveram problemas para editar suas obras. Mesmo quando suas experiências de vida diferem marcadamente, elas têm ainda um denominador comum: eram mulheres cuja inteligência lhes permitiu romper os moldes da época.

Embora a origem do feminismo muitas vezes se restrinja à narrativa de “ondas”, protagonizadas por um grupo restrito de mulheres, o movimento foi e continua a ser global. Amparada por uma sólida pesquisa, a historiadora Lucy Delap parte de oito grandes temas – sonhos, ideias, espaços, objetos, visuais, sentimentos, ações e canções – para examinar as diferentes formas pelas quais mulheres se mobilizaram pela igualdade de gênero ao redor do mundo. Abrangendo uma gama ampla de revoluções, religiões, impérios e lutas anticoloniais, Feminismos (Companhia das Letras, 336 pp, R$ 84,90 – Trad.: Isa Mara Lando) esmiúça as complexidades do movimento, sem deixar de lado o paradoxo central de que as feministas também praticaram as próprias exclusões, ouvindo determinadas vozes e silenciando outras. Ao jogar luz sobre esses episódios e figuras, Delap mostra como conhecer o passado pode ajudar a direcionar o futuro desta luta.

A autora turca Leylâ Erbil (1931-2013) já apontava em seu primeiro romance, lançado em 1971, as questões feministas que marcam sua obra, de seis romances, três coletâneas de contos e um livro de ensaios. Uma mulher estranha (Tabla, 224 pp, R$ 63,00 – Trad.: Marco Syarayama) chega agora às livrarias brasileiras discutindo ideologia socialista, incesto, virgindade, igualdade de gêneros, dogmas religiosos, patriarcado e liberdade de expressão. Quando o leitor contextualiza tais discussões em debate numa Istambul de 50 anos atrás, o pensamento de Erbil ganha ainda mais ousadia e relevância. Para encadear essas reflexões, ela usa a protagonista Nermin, uma jovem em seu cotidiano de convivência com uma mãe religiosa violenta, um pai liberal, amigos idealistas, amigas conformadas com sua condição submissa e políticos decepcionantes para quem espera mudanças.