Mulheres inspiradoras
PublishNews, Redação, 08/03/2022
'As visionárias', de Wolfram Eilenberger, conta a trajetória de quatro pensadoras que, além do preconceito, enfrentaram as maiores questões de seu tempo
A década de 1933 a 1943 marcou um dos capítulos mais tenebrosos da humanidade. Em meio ao horror da ascensão do nazismo e da carnificina da Segunda Guerra, quatro mulheres – Simone de Beauvoir, Simone Weil, Ayn Rand e Hannah Arendt – libertaram-se dos grilhões do gênero e provaram que a emancipação do pensamento podia ocorrer mesmo em meio a situações extremas. Com habilidade narrativa e um equilíbrio entre a apresentação biográfica e a análise acurada de ideias, Wolfram Eilenberger oferece em As visionárias (Todavia, 400 pp, R$ 84,90) a história de quatro vidas hoje legendárias que, em meio à convulsão, mudaram a forma de entender o mundo e lançaram as bases para uma sociedade muito mais livre. Seus reflexos chegam até os dias de hoje em temas como gênero, identidade, religião, liberdade, sexo e autonomia. As pensadoras estavam na casa dos trinta anos no período coberto pelo livro e ainda não tinham alcançado a fama que teriam nas décadas posteriores. E, na verdade, quase todas tiveram problemas para editar suas obras. Mesmo quando suas experiências de vida diferem marcadamente, elas têm ainda um denominador comum: eram mulheres cuja inteligência lhes permitiu romper os moldes da época.