O Podcast do PublishNews desta semana foi até a CCXP, um dos maiores eventos de cultura pop do mundo, que contou com mais de 300 mil pessoas passando pelo São Paulo Expo. Anualmente, o evento atrai artistas e fãs de filmes, séries, games, quadrinhos e, claro, livros. No episódio, uma cobertura pelo ponto de vista da literatura, que conta com a presença de algumas casas editoriais como Universo dos Livros, Panini, Mood, selo da Ciranda Cultural, além de mais de 400 quadrinistas e artistas independentes no Artist’s Valley. Este podcast é um oferecimento de Câmara Brasileira do Livro (CBL), MVB América Latina e UmLivro. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes; Google Podcasts, Overcast e YouTube.

Circulando há quatro anos pelas livrarias brasileiras, o romance Peixes de Aquário (Editora Urutau), estreia de Rafaela Tavares Kawasaki no gênero, foi um dos dez títulos selecionados para ganhar bolsa da PEN/Heim Translation Fund Grants, no valor de US$ 4 mil — o equivalente a cerca de R$ 21 mil. A missão de verter para o inglês o reencontro das irmãs japonesas Kaede, Aiko e Yukiko Fujikawa caberá ao tradutor Robin Driver — formado pela Universidade de Oxford (2013), mestre pela Universidade de Lisboa (2017) e doutor em Literatura Portuguesa pela USP (2023). Foi ele quem se encantou com a história e inscreveu o projeto no Fundo. “É fascinante ver a prosa transportada para outra língua, mas com um ritmo que tenha muito das intencionalidades de quando escrevi. A tradução dele mantém não só elementos culturais japoneses, que fazem sentido para os personagens, como muita brasilidade", diz Rafaela, 38 anos, ao PublishNews. Leia a matéria completa!

O fotógrafo João Farkas lança essa semana o livro Costa Norte (Edições Sesc), no Sesc Pompeia, em São Paulo. A publicação reúne imagens realizadas ao longo de anos em áreas pouco documentadas do litoral norte brasileiro — como o delta do rio Parnaíba, a foz do Amazonas, a ilha de Marajó e as Reentrâncias Maranhenses. Em entrevista ao PublishNews, João explica que a proposta inicial do trabalho ganhou urgência ao longo do processo. “Esse livro, que começou com uma proposta histórica de registro para que, daqui a algumas centenas de anos, as pessoas tenham uma visão do que foi a Costa Norte e com a notícia da Margem Equatorial, se transformou num registro muito urgente e muito premente, uma vez que essa região deve sofrer uma transformação muito acelerada". Acesse a nota para saber mais!

No próximo sábado (13), a organização Sete Selos realizará um bazar. O Fim de ano SeteSelos+ será na Galeria Metrópole, no centro de São Paulo. Além dos descontos nos preços de livros selecionados, haverá programação cultural, cervejinhas e conversas. O coletivo Sete Selos é formado pelas editoras Âyiné, Bazar do Tempo, Carambaia, Círculo de Poemas, Cobogó, Fósforo e Ubu. A programação do evento tem sua abertura às 12h e terá papo sobre Design de Livros de arte às 15h com Elaine Ramos, Luciana Orvat e Gustavo Marchetti; depois, às 17h, Diogo Cardoso, Isabela Bosi e Vinicius Calderoni comandam papo sobre Poesia. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

No começo de dezembro (2), foi fundada a Public Lending Right International (PLRI), uma associação internacional que reúne instituições interessadas em ampliar o direito de empréstimo público. A associação busca permitir a troca de melhores práticas, ao mesmo tempo que prestará aconselhamento e assistência técnica a países que pretendam estabelecer sistemas de DEP (Direito de Empréstimo Público) pela primeira vez ou melhorar os sistemas já existentes. A nova associação, agora estabelecida conjuntamente pelas federações internacionais do setor do livro, formalmente sob a lei suíça e com sede em Genebra, organizará uma Conferência Internacional sobre DEP em 2026. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra sobre a criação da associação.

E se elas fossem para Moscou? (Cobogó, 248 pp, R$ 84 — Trad.: Thomas Walgrave) parte do texto de As três irmãs, de Anton Tchekhov, e trata do eterno looping de três mulheres, Olga, Irina e Macha, que seguem à beira do trampolim, ainda presas ao passado, mas a ponto de dar o salto vertiginoso para o futuro. Um futuro em que elas são as protagonistas da sua história, e em que “Moscou”, o lugar por elas idealizado, não é mais uma utopia, é real. Criada em 2014, a peça dá continuidade à pesquisa de Jatahy sobre a relação entre o teatro e o cinema em cena, através da transposição de clássicos para a contemporaneidade. O resultado é um jogo de espelhos entre as duas artes, que acontecem simultaneamente em dois espaços distintos: enquanto o espetáculo é encenado, as imagens são captadas por três câmeras integradas à cena. A montagem do filme é feita ao vivo e enviada para outro espaço, uma sala de cinema. Teatro e cinema acontecem ao mesmo tempo, mas são vistos em espaços distintos. Cada câmera acompanha uma das irmãs. O livro é uma edição bilíngue, em português e francês desta peça de Christiane Jatahy, apresentada em mais de dez países, e que ganhou diversos prêmios, dentre eles o Shell e o APTR de Melhor direção para Christiane Jatahy e o Shell de Melhor atriz para Stella Rabello.

O livro A única da sala (FTD, 144 pp, R$ 78) aborda não o racismo escancarado, o da violência física, o do alheamento; mas o racismo cotidiano, as violências sutis que permeiam as relações étnico-raciais brasileiras e que impactam profundamente a vida de toda a população negra do nosso país. A autora Tathyana Viana toca nessa ferida aberta da nossa sociedade ao pôr em foco a vivência da protagonista Tereza, seus pensamentos e sentimentos — uma experiência individual que se expande como uma representação das históricas dinâmicas sociais discriminatórias do Brasil. Tereza é uma menina de onze anos que, durante uma aula, percebe a origem de seu incômodo na escola de alto padrão onde passou a estudar: ela é a única criança negra da turma, e uma das poucas de todo o colégio. A partir daí, começa a identificar e compreender as agressões perpetuadas por colegas e professores, inclusive os bem-intencionados.

Em janeiro de 2026 chega ao Brasil o livro As três vidas de Cate Kay (Record, 364 pp, R$ 74,90 — Trad.: Adriana Fidalgo), estreia na ficção da jornalista americana Kate Fagan, ex-jogadora de basquete, vencedora do Emmy Award e autora de livros premiados de não-ficção. O romance, destaque do Clube de Livros da atriz Reese Witherspoon, entrou para a lista dos cem títulos de 2025 que merecem ser lidos selecionados pela Time Magazine. O livro explora as três versões da protagonista, uma escritora de sucesso que usa pseudônimo e que, para revelar ao mundo sua verdadeira identidade, resolve revisitar a própria história, da qual vinha fugindo. Cate Kay sabe como contar uma boa história. Uma das maiores autoras dos Estados Unidos, ela escreveu uma trilogia que se tornou um best-seller e cuja adaptação para o cinema foi um sucesso estrondoso. Porém, ela nunca concedeu uma única entrevista à imprensa e sua verdadeira identidade sempre foi um grande segredo, pelo menos até agora. Isso tudo porque Cate Kay, na verdade, não existe.

O livro Bençãos (Tusquets, 192 pp, R$ 69,90 ) de Chukwuebuka Ibeh, apresenta Obiefuna, garoto que sempre foi considerado “diferente”: sensível, enquanto seu pai, Anozie, valorizava o pragmatismo acima de tudo; dançarino, enquanto seu irmão, Ekene, era um atleta nato. Mas quando o pai flagra um momento de intimidade entre o filho adolescente e outro garoto, confirmando seus piores temores, Obiefuna é enviado a um internato. Entre a rígida hierarquia e a violência – muitas vezes imprevisível – da nova escola, Obiefuna precisa ao mesmo tempo esconder e descobrir quem ele é. Enquanto a Nigéria se inclina para a criminalização das relações entre pessoas do mesmo sexo, a identidade de Obiefuna torna-se mais perigosa do que nunca, e a vida que ele deseja parece cada vez mais distante. Ambientado na Nigéria pós-ditadura militar e culminando na aprovação da Lei de Proibição do Casamento entre Pessoas do Mesmo Sexo, em 2013, Bênçãos é uma história elegante e profundamente comovente, questionando se é possível viver em liberdade em um país que nega ao indivíduo o direito de ser quem realmente é.