Neste episódio do Podcast do PublishNews: as escolhas de um editor (ou editora!), e a responsabilidade de “dizer não; e alguns sim”. Sobre o tema, a equipe conversou com a editora e mestre em crítica textual Vanessa Ferrari. Ela lança agora, pela editora Moinhos, o livro O lugar das palavras, destinado a editores, escritores, professores e amantes da literatura em geral. Alguns dos temas tratados dizem respeito diretamente ao trabalho textual no mercado do livro: o que um editor vê em uma obra, o que o leva a querer publicá-la, e como ter o discernimento de ir além do gosto pessoal ou do domínio das regras da língua. Vanessa enumera – no seu novo livro e no podcast – formas mais objetivas de encontrar as qualidades de um texto publicável, além das dificuldades da profissão escritor e da reescrita constante, bem como de aspectos da crítica literária que acabam se relacionando com a atividade editorial. O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a empresa que torna os seus livros visíveis com serviços como Metabooks e Pubnet; da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas; e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a entidade que representa editores, livreiros, distribuidores e demais profissionais do setor. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes; Google Podcasts, Overcast e YouTube. Clique no Leia Mais para ouvir o episódio.

A Global Editora – que vem celebrando os 80 anos de seu fundador, Luiz Alves Junior, desde o último dia 12 de julho – anuncia agora duas novidades relacionados à área de educação: o Selo Global Educação e a integração ao método educacional de aprendizagem criativa Explorum. Segundo a editora, o Selo Global Educação foi criado com o objetivo de fortalecer o compromisso da casa com a qualidade e inovação educacional. Sob o selo, serão reunidos projetos e materiais didáticos voltados para o setor educativo. Entre as iniciativas, destaca-se o projeto EJA. O projeto é liderado pela editora Judith Maida, professora, assessora pedagógica e autora de livros infantis e sobre educação. Entre os lançamentos iniciais, os destaques são obras de Mario Novello e Moacir Gadotti. Além disso, a Global amplia sua atuação no campo da Educação ao integrar o método educacional de aprendizagem criativa Explorum em suas ações. "Estamos seguindo a vocação de nosso fundador, que logo percebeu que a educação e formação de leitores são plataformas sólidas para construção de uma sociedade forte e saudável", diz o gerente nacional de vendas da Global, André Luis Cafu. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O portal norte-americano NPR publicou uma reportagem sobre o pedido de milhares de autores para que empresas de inteligência artificial não utilizem seus trabalhos sem permissão. Escritores como Nora Roberts, Margaret Atwood, Viet Thanh Nguyen e Michael Chabon assinaram uma carta solicitando que empresas de inteligência artificial, como a Meta e a OpenIA, parem de usar seus trabalhos. De acordo com um relatório divulgado pelo The Authors Guild, a renda média de um autor no último ano ficou em torno de 23 mil dólares – renda que diminuiu cerca de 42% entre 2009 e 2019. Na coluna Painel das Letras, da Folha de S. Paulo, Walter Porto falou sobre os novos formatos e performances da edição comemorativa de 40 anos da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. No Estado de S. Paulo, o lançamento do spin-off de 'Amor de Mãe', de Manuela Dias, em formato de livro. Na coluna Página Cinco do Splash Uol, Rodrigo Casarin fala de obra que ajuda a desvendar as pinturas de Goya. No Nexo, o jornalista e produtor cultural Bruno Levinson sugere 5 livros não acadêmicos que abordem a temática das drogas sem hipocrisia. No caderno Pensar, no Estado de Minas, um texto reflete sobre os "fantasmas" de Roberto Bolaño 20 anos após a morte do escritor. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

A Martins Fontes – Selo Martins está à procura de um auxiliar de vendas com experiência prévia na área atuando em livraria. As funções do cargo incluem o atendimento ao cliente, emissão de notas fiscais, caixa, arrumação da loja, e participação em eventos. Vale transporte, vale refeição e plano de saúde estão entre os benefícios oferecidos. Interessados devem encaminhar currículos para marcio@emartinsfontes.com.br.

A Feira Internacional do Livro de Sharjah (1º a 12/11) está com inscrições abertas para a sua Publishers Conference. Marcada para ocorrer entre os dias 29 e 31 de outubro, a conferência é destinada a editores internacionais que possuem um catálogo de direitos de tradução – ou que realizam contratações de direitos de livros traduzidos – e é voltada para negócios no mercado editorial árabe. Além das rodadas de negócios, os participantes terão três dias de painéis com profissionais internacionais do mercado que discutirão os desafios, soluções e inovações do setor. Editores interessados em participar têm até 31 de agosto para realizar sua inscrição on-line, clicando aqui. O time da Sharjah Book Authority (SBF) irá analisar as inscrições e notificar o resultado da seleção. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

A poeta Natalie Diaz e o romancista Romesh Gunesekera são alguns dos convidados para compor o júri do International Booker Prize 2024, prêmio que paga 50 mil libras para autor e tradutor e que agora está com as inscrições abertas. O júri é presidido pela escritora e apresentadora Eleanor Wachtel, e inclui ainda o artista visual William Kentridge e o escritor e tradutor Aaron Robertson. A comissão vai buscar o melhor trabalho de ficção traduzido para o inglês, e as editoras já podem inscrever obras publicadas no Reino Unido ou Irlanda entre 1º de maio de 2023 e 30 de abril de 2024. O prêmio é dividido entre autor e tradutor, e há recompensas financeiras também para os finalistas. O vencedor de 2023 foi Time Shelter (W&N), do escritor búlgaro Georgi Gospodinov, traduzido para o inglês por Angela Rodel. Foi o primeiro livro em búlgaro a levar o prêmio. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Com curadoria, apresentação e mediação de Heloisa Starling, o CPF Sesc promove o seminário Como Renasce a Democracia no Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93 - Água Branca, São Paulo / SP), nos dias 25 e 26 de julho de 2023. A abertura conta com Danilo Santos de Miranda, a programação é gratuita e a inscrição deve ser feita pelo site do CPF Sesc. O seminário vai reunir nomes como Eugenio Bucci, Roberto Andrés, Ronaldo Fraga, Schneider Carpeggiani, Eliane Potiguara e Márcia Kambeba, entre outros. A ministra do STF Cármen Lúcia fará a palestra de encerramento, seguida de uma apresentação poética de Ricardo Aleixo. O evento é inspirado em um episódio com estreita relação com o mercado editorial, segundo o Sesc. Em 1985, o editor Caio Graco mandou para as livrarias uma obra que entendia urgente – Como renascem as democracias. Organizado por três intelectuais reconhecidos – Alain Rouquié, Bolivar Lamounier, Jorge Schvarzer – o livro foi produzido em prazo curto, reunia ensaios escritos por pesquisadores brasileiros, argentinos e franceses e tinha duplo propósito: compreender os processos de redemocratização que ocorriam no Brasil e na Argentina durante a primeira década de 1980 e situar esses processos em um contexto histórico e conceitual mais amplo e que não precisava necessariamente estar restrito ao continente latino-americano. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Depois do Espaço Harry Potter criado na loja da Livraria Leitura do Shopping Rio Sul, a Rocco firmou parceria com outra livraria do Rio de Janeiro, dessa vez a Janela Livraria do Shopping da Gávea (R. Marquês de São Vicente, 52 - Gávea, Rio de Janeiro / RJ), inaugurada em abril, para um novo espaço imersivo do personagem. Aproveitando a arquitetura do local, foi reproduzido o “armário sob a escada”, citado no primeiro livro da série, Harry Potter e a pedra filosofal. A atração cenográfica, que ficará permanentemente na loja e é ideal para fotos de pequenos e grandes fãs do bruxinho, foi desenvolvida pelo departamento de marketing da editora. Assim como na Leitura, a loja da Janela terá expostos e em estoque todos os livros e edições publicadas em torno do universo da franquia. A Rocco pretende expandir essa ação e está estudando novas propostas para espaços de Harry Potter em outras cidades e livrarias. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O escritor Luiz Ruffato participará de um encontro virtual com leitores no próximo dia 20 de julho, às 18h, por meio da plataforma Zoom. O evento gratuito será mediado pelo também escritor Eloésio Paulo, autor da obra Um deserto de estranhas veredas (Maralto), um livro-entrevista que traz reflexões sobre o universo ficcional de Ruffato. O encontro promovido pela Maralto Edições será aberto ao público e promete ser uma oportunidade única para os fãs e admiradores do autor. Luiz Ruffato é reconhecido por sua extensa contribuição para a literatura contemporânea. Seus romances e contos exploram temas sociais, políticos e econômicos, oferecendo uma perspectiva única sobre a vida no Brasil e no mundo. Com uma visão crítica da realidade, Ruffato cativa os leitores com suas histórias envolventes e provocativas. Eloésio Paulo, escritor e amigo próximo de Ruffato, estabeleceu um diálogo profundo com o universo literário do autor. O encontro virtual proporcionará aos participantes a oportunidade de fazer perguntas, compartilhar experiências e conhecer mais sobre o trabalho de ambos os autores. Será uma ocasião para desvendar os bastidores da criação literária e entender as influências de Ruffato e os desafios enfrentados pelo autor ao longo de sua carreira brilhante. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A escritora, ilustradora, editora, professora e crítica de arte associada à ABCA, Carolina Vigna, está com uma exposição no Museu da Imagem e do Som de Campinas (Rua Regente Feijó, 859, Campinas / SP). Intitulada Palimpsestos, a mostra apresenta um diálogo com os textos de sua mãe, Elvira Vigna, falecida em 2017. Carolina escolheu frases ou trechos dos livros da mãe e criou imagens para eles, utilizando fotografias e grafismos manipulados digitalmente. Impressos sobre tecido, as imagens e os textos se mesclam visualmente, tanto pela proximidade quanto pela semitransparência do material. Criando mais uma camada polissêmica de palimpsesto. São, ao todo, 15 obras (15 textos + 15 imagens), medindo 90 x 130 cm e que ficarão expostas até 10 de agosto. A exposição conta com catálogo digital e hotsite de apoio, onde ficarão permanentemente disponibilizados o catálogo digital, textos curatoriais e de apoio, making-of, fotografias da montagem e da exposição no MIS de Campinas e vídeos complementares. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Durante uma visita a um museu em Praga, Ana vê seu passado refletido em um quadro. O retrato traz à tona Eleonora, uma pessoa que ela gostaria de ter esquecido há muito tempo. Na única noite em que se encontraram, ainda adolescentes, cometeram um crime que escandalizou o Brasil: queimaram um indígena nas ruas de São Paulo. Eleonora é condenada à prisão e Ana, ainda menor de idade, passa três anos na Fundação Casa. Ao sair, diante da pressão de ser reconhecida, vai para Nova York, onde obriga-se a uma existência monástica, entre a paixão pelo piano e a paranoia sobre sua figura pública. Incentivada por Max, pianista com quem trabalha, retoma contato com Eleonora e decide convidá-la a Nova York. A visita força as duas a lidar com o passado e a romper a bolha em que vivem. Escrito por Lucrecia Zappi, Degelo (Todavia, 256 pp, R$ 74,90) é um romance de estrada, enraizado nos hábitos de uma elite acostumada a limites, mas também é sobre os rituais de desafio de disputas territoriais entre adolescentes, onde a coragem, a honra e a submissão definem as pessoas na comunidade, mesmo que isso implique uma ação transgressora e até delinquente.

Como se fosse um espelho invertido de As primas, obra que consagrou Aurora Venturini, o romance Nós, os Caserta (Fósforo, 192 pp, R$ 69,90 – Trad.: Mariana Sanchez) mostra outra protagonista extraordinária. María Micaela Stradolini, vulgo Chela, é uma jovem superdotada, porém desprovida de qualquer senso de sociabilidade, que apresenta ao leitor sua família, parte da alta burguesia argentina dos anos 1920. Com um estilo verborrágico que revela tanto excesso de vocabulário quanto carência de autopercepção, Chela oferece um retrato involuntário e constrangedoramente fiel do ambiente que a circunda. Por trás dessa narrativa escandalosa está a mente de Venturini, cronista mordaz dos costumes de seu país e da natureza humana. A mãe de Chela é uma pianista cujo fracasso na arte desperta o zelo desmedido por uma coleção de bibelôs. O pai é tão rigoroso que a filha chega a urinar quando o encontra. A delicada irmã mais nova, Lulita, é a preferida dos progenitores, mas motivo de escárnio constante por parte da narradora. Diferente do irmão caçula, portador de deficiência e quase abortado por indicação médica. Numa espécie de paródia, as viagens de Chela em busca de suas origens escancaram a mais clássica discrepância: a filiação nobre e a erudição estão imbricadas ao que há de mais sombrio no mundo — fascismo, racismo e classismo.

Efuru (Moinhos, 288 pp, R$ 89 – Trad.: Tom Jones) é o nome da protagonista que dá título à obra escrita por Flora Nwapa. A história da personagem demonstra os dilemas diante do casamento e da maternidade, pilares do papel social da mulher igbo na comunidade igbo tradicional de então. Como Efuru negocia este papel e, para isso, mobiliza a cosmogonia de seu povo, é o que o leitor irá encontrar nas páginas da obra. Essa cosmogonia, ou seja, o modo como se percebe o mundo, a criação e a relação entre o homem e o universo que o cerca, reserva um lugar de centralidade ao deus supremo que rege todas as coisas (Chukwu), ao chi (uma espécie de força criadora ou espírito pessoal de cada indivíduo) e aos espíritos dos ancestrais. São eles que regem a vida e alicerçam os valores de cada homem e mulher igbo que são retratados na escrita de Flora. No desafio de colocar mulheres igbos no centro da narrativa literária e, por meio destas mulheres, descrever um mundo em transformação, Flora Nwapa torna Efuru um marco na literatura de autoria feminina.

O cerco (Companhia das Letras, 136 pp, R$ 74,90 – Trad.: Silvia Massimini Felix) — cuja ação, que dura pouquíssimas horas, se desenrola em uma Havana mergulhada na incerteza após a queda do ditador Gerardo Machado em 1933 — apresenta dois personagens que à primeira vista não têm qualquer relação. Um deles, encarregado da bilheteria de um teatro, é aficionado por música e antagonista dos ricos incultos que frequentam os concertos. Outro, ex-integrante das fileiras da luta comunista, é um desgarrado que procura desesperadamente o melhor jeito de escapar de uma Havana que parece como que sitiada — e o cerco, numa contagem regressiva que se torna cada vez mais frenética e sufocante, começa a se fechar sem qualquer piedade contra ele. Nas periferias e sombras por onde se movem esses personagens misteriosos, o sórdido e o sublime se mesclam numa espécie de concerto: um crescendo que se desenrola em um tempo bem-marcado até chegar ao seu ápice, a um desfecho tão esperado quanto imprevisível. O cerco é uma obra do cubano Alejo Carpentier.