Em uma semana, a editora gaúcha Belas-Letras conseguiu um feito das grandes: emplacar dois lançamentos na lista de não ficção. A mamãe é rock ficou em 10º, com 1.127 exemplares vendidos, e O papai é pop Vol. 2 em 17º, com 833. Um detalhe: A mamãe é rock foi escrito por Ana Cardoso e O papai é pop por Marcos Piangers, que é casado com Ana. Uma “tradicional família brasileira” de mais vendidos! Na lista de ficção, quem também colocou dois novos títulos foi a Panini: Gavião arqueiro – pequenos acertos e Capitão América – a ameaça vermelha. Um pouco mais longe de ser da tradicional família de editoras, a Panini está na vice-liderança anual na lista de ficção. Até agora, já emplacou 19 títulos no ano e está atrás apenas do Grupo Editorial Record. Clique no Leia Mais e veja outros destaques da lista de mais vendidos dessa semana.

Já aviso que vou tratar de um assunto controverso: os selos editoriais. Muitos acham que eles são importantes e defendem sua existência. Outros, como eu, acreditam que os selos têm pouquíssimo valor e representam, na maioria das vezes, desperdício de recursos. Eu sempre achei que por aqui os leitores não dão a mínima para a editora dos livros e, muito menos, para selos. Mas não havia nenhuma pesquisa mostrando isso. Até agora. Afinal a recém-divulgada Retratos da Leitura mostrou que apenas 3% das pessoas apontaram a editora como fator que mais o influencia na hora de escolher um livro para comprar. Ou seja, por mais que algumas editoras tenham um público fiel de fazer filas em caracol em volta de seus estandes nas bienais, e por mais que algumas casas permeiem o imaginário de qualidade estética e literária dos profissionais do setor, o fato é que 97% de quem compra livro está pouco se lixando para a editora. Para mim, este é um dos dados mais relevantes da pesquisa. Ok, mas se os selos estão não servem para atrair os consumidores, eles são importantes para os varejistas e autores, certo? Eu acredito que não. Em minha opinião, além de não ajudar, os selos custam caro e ainda atrapalham. Como disse, o assunto é controverso. Mas e você? Qual sua opinião sobre os selos editoriais? Clique no Leia Mais, veja a íntegra deste artigo e use a área de comentários abaixo para participar!

A Companhia das Letras está lançando o selo Companhia de Mesa, com foco na culinária. O novo selo vai reunir livros de receitas, com fotografias especialmente produzidas para cada edição e crônicas literárias. Comida de verdade (352 pp.; R$ 119,90; e-book R$ 69,90 – Trad. Isabella Pacheco), de Yotam Ottolenghi, inaugura os lançamentos do selo com receitas inspiradoras para quem quer comer de maneira saudável e sustentável sem abrir mão do sabor. A proposta é lançar seis títulos por ano, de autores nacionais e estrangeiros.

A 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, marcada para acontecer entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro, terá uma novidade nesse ano. É que a Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL) instalará no Anhembi um balcão de empregos com centenas de vagas de trabalho no mercado editorial e livreiro. "Detectamos por nossa pesquisa que os associados da ABDL têm dificuldade em recrutar colaboradores para todas as vagas abertas no setor. Em momentos de crise, normalmente temos mais candidatos disponíveis no mercado e o Balcão do Emprego ABDL vai ajudá-los a encontrar nossas vagas e assim fortaleceremos nosso setor", explicou Leandro Carvalho, presidente da ABDL. Uma equipe de psicólogos da empresa Ouzaz, especializada em recolocação, fará testes vocacionais gratuitos e cuidará da triagem, do cadastro e das indicações para as vagas disponíveis. No Balcão de Empregos e do Empreendedor da ABDL, estará um representante do Sebrae que dará orientações aos candidatos que tiverem perfil para empreender.

O mercado de livros espíritas também vive seu momento de consolidação. A Editora Boa Nova, especializada em livros do gênero, acaba de anunciar que comprou a Edicel. Fundada em 1966, a Edicel é dona dos direitos de traduções de obras do educador e escritor espírita Allan Kardec feitas pelo filósofo espírita J. Herculano Pires. Para selar a nova fase, a Boa Nova lança, com tiragem inicial de 20 mil exemplares, a obra Pedi e obtereis. Ainda em julho, a editora lançará O Evangelho Segundo o Espiritismo e, em setembro, O Livro dos Espíritos. Todos relançamentos de livros publicados originalmente pela Edicel.

A partir da próxima terça-feira (19) e até o dia 30 de julho, a casa-museu Ema Klabin (Rua Portugal, 43, Jardim Europa. São Paulo / SP) realiza a Quinzena do Livro. Nesse período, os visitantes poderão conhecer livros raros, participar de palestras, oficina e ainda visitar o acervo de mais de 1.500 obras de grandes mestres da arte mundial. A exposição As vozes do livro apresentará obras da coleção de Ema Klabin em diálogo com os ambientes da casa. Em cada cômodo haverá uma instalação sonora com trechos dos livros expostos. Também estão abertas as inscrições para uma oficina de monotipia e para as palestras Como conservar bibliotecas pessoais, com a cientista social e coordenadora da biblioteca e do centro de documentação do MASP, Ivani Di Grazia Costa, e Gravuras-construção visual do novo mundo a partir do olhar europeu, ministrada pela doutora em História, Flávia Galli Tasch.

A Boitempo prepara para logo mais, às 18h, o lançamento do livro Por que gritamos golpe? (176 pp, R$ 15 / R$ 7,50 o e-book), que reúne textos, charges e fotos criados por mais de 30 autores entre pesquisadores, ativistas, representantes de movimentos sociais, jornalistas e figuras públicas como André Singer, Ciro Gomes, Jandira Feghali e Juca Ferreira. O lançamento será na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192 - Centro - São Paulo / SP).

A Livraria Martins Fontes Paulista recebe neste sábado (16) o lançamento do 150º livro da carreira da autora Rosana Rios, Olhos de lobo (Farol Literário / DCL, 440 pp., R$ 33,90), sequência de Sangue de lobo. O evento acontece das 15h às 18h e terá bate-papo com a autora. Na trama, a agente da polícia federal Natália está de volta em uma nova investigação. Agora, no Rio Grande do Sul, ela irá se defrontar com uma série de crimes inexplicáveis. Fotografias macabras de pessoas em cemitérios aparecem a toda hora diante da policial, que caça um assassino serial que usa técnicas de tortura nazistas. Enquanto tenta evitar novas mortes, Natália procura seu parceiro, Daniel Lucas (alter ego de Hector Wolfstein), para ajudá-la. No entanto, o que ela não desconfia, é que quem precisa de ajuda é ele.

Na próxima semana, de 18 a 24 de julho, a Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94, Centro - São Paulo / SP) realiza a II Semana do Japão, uma celebração da cultura nipônica e sua forte influência na produção cultural e artística brasileira. Com extensa programação, o evento trará música, dança, cinema, feirinha gastronômica e muito mais. No decorrer da semana, os fãs de haicai poderão participar de oficinas onde os participantes conversarão sobre esse estilo de poesia por meio de exemplos no trabalho de poetas brasileiros, japoneses e nipo-brasileiros, além de exercícios de criação poética e oficinas de encadernação. A entrada no evento é franca.

Entre os dias 18 a 21 de agosto, o Sul de Minas Gerais recebe a terceira edição do Festival Literário de Extrema. Este ano, "A itinerância na literatura" será o tema da programação, tendo como homenageada a escritora Clarice Lispector. O evento contará com a presença de grandes nomes da literatura, além de críticos literários, jornalistas e profissionais da Sétima Arte. Durante a programação, o público poderá conferir debates entre os autores, mostra de cinema, oficinas, shows ao vivo, feira de livros, jogos educativos e teatro infantil. Tudo com entrada franca.

Prestes a completar 80 anos de idade, Ignácio de Loyola Brandão, que acaba de ganhar o prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra, lança Se for pra chorar que seja de alegria (Global Editora, 184 pp, R$ 39), onde reúne 41 crônicas escritas durante a sua carreira no Caderno 2, do jornal O Estado de São Paulo, e na Tribuna de Araraquara. O autor fará um evento de lançamento da obra no dia 27 de julho, a partir das 18h30, na livraria Martins Fontes (Av. Paulista, 509 - São Paulo / SP). Segundo o próprio autor, essa obra é uma de suas seleções mais gostosas, mais felizes e mais divertidas. Algumas dramáticas, porque é preciso um pouco de drama.

O ator Matheus Nachtergaele lança neste sábado (16) A Mariposa (Polvilho Edições; R$ 50), livro com os poemas da mãe Maria Cecília Nachtergaele, que compõem o espetáculo Processo de Conscerto do Desejo, em cartaz na Cidade das Artes (Av. das Américas, 5.300, Barra da Tijuca - Rio de Janeiro / RJ), neste final de semana. O lançamento do livro acontece às 16h, na Sala de Leitura da Cidade das Artes, com bate-papo com o ator, seguido de tarde de autógrafos. O livro é vendido em formato de caixa com 33 lâminas, 28 delas dedicadas aos poemas da mãe. Matheus era um bebê de apenas três meses quando perdeu a mãe, em 1968. Ao ler seus poemas, já em sua adolescência, sentiu como se a mãe falasse com ele e são estes textos que leva agora ao palco, em um recital.

Uma temporada no inferno seguido de correspondência (L&PM Outros Formatos; 320 pp.; R$ 34,90 - Trad. Paulo Hecker Filho, Alexandre Ribondi, Ivo Barroso, Júlia da Rosa Simões), de Arthur Rimbaud (1854-189) sobre Paul Verlaine (1844-1896), traz os primeiros passos na vida literária, o acompanhamento da construção da sua obra composta fundamentalmente por Uma temporada no inferno e Iluminações. O leitor vai se deparar com o seu tumultuado e violento relacionamento com Verlaine, a trajetória africana, o início da sua doença, os sacrifícios e, por fim, o relato patético e emocionado da irmã Isabelle, que o acompanhou na sua agonia, quando já em Marselha, com o corpo paralisado pela doença, veio a morrer aos 36 anos. No final do livro, três textos inéditos no Brasil de Paul Verlaine.

Os tankas, composições poéticas que surgiram no Japão por volta do ano 710, são formados por 31 sílabas distribuídas em cinco versos (5-7-5-7-7). Foi com esse rigor que Raimundo Gadelha escreveu Sendas do horizonte (132 pp.; R$ 34,90), lançado pela Escrituras, editora que Gadelha fundou e hoje dirige. O volume – que sai em edição trilíngue (português, inglês e japonês) – reúne mais de uma centena de tankas que receberam ilustrações de Sérgio Gomes.