Em novo livro de poemas, Alberto Martins reinventa as vozes desses escritores para compor uma história de amor e exílio de alta voltagem
No verão de 1926, os poetas Boris Pasternak, Marina Tsvetáieva e Rainer Maria Rilke — cada um em um país (Pasternak na Rússia, Tsvetáieva na França e Rilke na Suíça) — iniciam uma correspondência excepcional, marcada pela poesia, a paixão e a impossibilidade do encontro. Quase um século mais tarde, Alberto Martins parte dessas cartas para escrever os poemas de Boris e Marina. Em
Boris e Marina (
Companhia das Letras, 152 pp, R$ 89,90), os autores originais tornam-se personagens de uma história de amor improvável, numa obra que encena as conversas, os desafios e as apostas desses grandes escritores. Para Arlete Cavaliere — professora de teatro, arte e cultura russa da USP —, que assina a orelha desta edição, "o resultado é uma lírica narrativa inusitada, em que as vozes dos protagonistas recriadas atravessam radicalmente o fazer poético."