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Conceição Evaristo encerra a maior edição da Festa Literária Internacional de Maricá
PublishNews, Redação, 15/09/2025
Temas como afrodescendência, reconstrução histórica e futuro da literatura permearam o último dia do evento que completou dez anos

FLIM © Bernardo Gomes
FLIM © Bernardo Gomes
A 10ª edição da Festa Literária Internacional de Maricá (FLIM) chegou ao fim neste domingo (14), consagrando-se como a maior de sua história. Foram mais de 260 mil visitantes em dez dias de programação — um crescimento de 20% em relação ao ano passado. Promovida pela Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Educação, a festa reuniu cerca de 70 atividades entre debates, espetáculos infantis, rodas de conversa, apresentações musicais e shows.

“Maricá, com 220 mil habitantes, recebeu até sábado 260 mil visitantes – o equivalente a 118% da nossa população. Essa conquista só foi possível graças à visão do prefeito Washington Quaquá e ao trabalho de toda a rede de educação e parceiros”, destacou o secretário de Educação Rodrigo Moura.

A homenageada desta edição, Conceição Evaristo, foi a grande presença do último dia. Participou desde as primeiras atividades e encerrou a programação na mesa dedicada às escrevivências, conceito central de sua obra. “O termo escrevivência surgiu na minha dissertação de mestrado e, 30 anos depois, vou lançar o livro”, afirmou Conceição, emocionada ao receber homenagens cartazes, buquê de flores e uma colcha de retalhos com pinturas e bordados das alunas da Escola do Idoso de Maricá.

Mediado pela jornalista Flávia Oliveira, o encontro também teve a participação da fundadora da primeira escola afro-brasileira do país, Bárbara Carine, além dos escritores Jeferson Tenório e Eliana Alvez Cruz. A roda discutiu o conceito de escrevivências e temas como afrodescendência, reconstrução histórica, futuro do país e da literatura, educação e projetos políticos pedagógicos.

A mesa “Cultura em Desfile”, com Helena Theodoro, Luiz Antônio Simas e Thiago Gomide, trouxe o samba e o carnaval como eixos da identidade brasileira. “O samba não é apenas ritmo ou coreografia, é uma forma de organizar o mundo. Ele é memória, celebração e resistência. Foi o samba que criou a cidade do Rio de Janeiro”, disse Simas. Thiago Gomide completou: “O Carnaval ajuda a criar cidades. Molda espaços, cria símbolos e constrói identidades”.

A programação ainda incluiu o Samba Talk, em homenagem ao sambista Arlindo Cruz (1958-2025), com participação de Sombrinha e Inácio Rios. “Relembrar obras de Arlindo é algo único. O samba cura — e cantar no dia do aniversário dele é uma forma de cura da saudade”, disse Sombrinha.

[15/09/2025 10:12:06]
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