
“Maricá, com 220 mil habitantes, recebeu até sábado 260 mil visitantes – o equivalente a 118% da nossa população. Essa conquista só foi possível graças à visão do prefeito Washington Quaquá e ao trabalho de toda a rede de educação e parceiros”, destacou o secretário de Educação Rodrigo Moura.
A homenageada desta edição, Conceição Evaristo, foi a grande presença do último dia. Participou desde as primeiras atividades e encerrou a programação na mesa dedicada às escrevivências, conceito central de sua obra. “O termo escrevivência surgiu na minha dissertação de mestrado e, 30 anos depois, vou lançar o livro”, afirmou Conceição, emocionada ao receber homenagens cartazes, buquê de flores e uma colcha de retalhos com pinturas e bordados das alunas da Escola do Idoso de Maricá.
Mediado pela jornalista Flávia Oliveira, o encontro também teve a participação da fundadora da primeira escola afro-brasileira do país, Bárbara Carine, além dos escritores Jeferson Tenório e Eliana Alvez Cruz. A roda discutiu o conceito de escrevivências e temas como afrodescendência, reconstrução histórica, futuro do país e da literatura, educação e projetos políticos pedagógicos.
A mesa “Cultura em Desfile”, com Helena Theodoro, Luiz Antônio Simas e Thiago Gomide, trouxe o samba e o carnaval como eixos da identidade brasileira. “O samba não é apenas ritmo ou coreografia, é uma forma de organizar o mundo. Ele é memória, celebração e resistência. Foi o samba que criou a cidade do Rio de Janeiro”, disse Simas. Thiago Gomide completou: “O Carnaval ajuda a criar cidades. Molda espaços, cria símbolos e constrói identidades”.
A programação ainda incluiu o Samba Talk, em homenagem ao sambista Arlindo Cruz (1958-2025), com participação de Sombrinha e Inácio Rios. “Relembrar obras de Arlindo é algo único. O samba cura — e cantar no dia do aniversário dele é uma forma de cura da saudade”, disse Sombrinha.