Novo livro reúne poemas que perpassam os diferentes aspectos das batalhas e enfrentamentos travados pelo ser humano
As vísceras das coisas (Patuá, R$ 60), de Maurício Simionato, propõe uma espécie de testemunho poético a partir de uma perspectiva de seu tempo e também de tempos e espaços paralelos. Tempos de guerras e tempos de trégua. Tempos para não fugirmos das guerras e nem deixarmos de vê-las e senti-las, por mais invisíveis que possam parecer. Um percalço na luta pela vida pode parecer ser ínfima e irrisória para alguns, mas ser brutal e cruel a outros. A intensidade da dor de uma guerra não se mede. Decerto, alguém pode ao menos tentar relatar sua visão sobre o que restou entre os escombros fumegantes, seja em Gaza, no Sudão, na floresta amazônica ou nas demais periferias do mundo. O novo livro reúne poemas que perpassam os diferentes aspectos das batalhas e enfrentamentos travados pelo ser humano, mesmo que estes embates sejam, muitas vezes, invisíveis. Os poemas permeiam o cotidiano de forma bélica, psicológica, ilusória e fantástica. Para contar essa história, por vezes, o autor vale-se de caminhos que se aproximam de um jazz onírico, um baião caótico e um blues profético, que dialogam com doses do lirismo existencialista.