'Os pássaros também sabem cantar' leva o leitor para as paisagens islandesas e os pequenos detalhes da vida cotidiana nas ruas de Reykjavík
Os peixes também sabem cantar (Zain, 340 pp, R$ 84,90 – Trad.: Francesca Cricelli e Luciano Dutra) conduz o leitor até as paisagens islandesas e os pequenos detalhes da vida cotidiana nas ruas de Reykjavík no início do século 20. O leitor acompanha a vida de Álfgrímur, um menino órfão criado pelos avós adotivos em um casebre humilde nos arredores da então futura capital da Islândia. Sua narrativa sinuosa se apoia na memória coletiva, nos mitos e nos valores compartilhados para descrever a construção de identidade, tanto individual como nacional. A obra é, ao mesmo tempo, um romance de formação do jovem Álfgrímur e da nação islandesa. De um lado uma sociedade em transição na pequena ilha do Atlântico Norte que à época oscilava entre as amarras coloniais e a busca por autenticidade; do outro, um protagonista moldado pela sabedoria tradicional islandesa, mas que se vê atraído pelo brilho ilusório da fama representada por Garðar Hólm, um cantor lírico de fama internacional. Sua jornada reflete a busca por equilíbrio entre passado e futuro, entre autenticidade e validação externa, e entre tradição e modernidade, os mesmos dilemas enfrentados pela nação islandesa de então.