Antologia publicada pela Penguin-Companhia apresenta dramas diferentes vertentes, mostrando as muitas facetas de um século fundador da literatura
No século XIX, a preocupação com a criação de um imaginário distintamente brasileiro encontrou no teatro uma via para dar corpo a esse projeto. Os dramas que compõem esta
Antologia do teatro brasileiro, vol 2: Séc. XIX – Drama (Penguin-Companhia, 528 pp, R$ 99,90), organizada por Alexandre Mate e Pedro Moritz Schwarcz, representam uma dramaturgia voltada à estetização e à problematização de questões ligadas à realidade social, da posição da mulher na sociedade à escravidão. Aqui estão reunidas obras de diferentes vertentes, mostrando as muitas facetas de um século fundador da literatura. Temos o histórico
Antonio José, de Gonçalves de Magalhães; uma obra lírica,
Leonor de Mendonça, de Gonçalves Dias; e um mergulho no fantástico com
Macário, de Álvares de Azevedo, complementado por
Noite na taverna, do mesmo autor. Segue-se
Mãe, ponto de inflexão na carreira de José de Alencar, e
Cancros sociais, texto de denúncia moral de Maria Angélica Ribeiro. Juntas, essas peças montam a complexa cartografia de um país em formação e de um teatro plural, vibrante, com diferentes linhas de força estilística e anseios sociais que ressoam até os dias de hoje.