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Como os militares mataram Rubens Paiva
PublishNews, Redação, 11/03/2025
No livro 'Crime sem castigo', estão esmiuçadas milhares de páginas sobre as investigações feitas desde 1971 sobre o desaparecimento do ex-deputado

A inédita abertura de um processo por homicídio e ocultação de cadáver do ex-deputado federal Rubens Paiva, em 26 maio de 2014, trilhou um novo caminho no Judiciário brasileiro para a impunidade contra os crimes cometidos por militares durante a ditadura iniciada em 1964. Foi a primeira vez que um juiz instaurou uma ação para punir criminalmente um assassinato cometido naquele período. No Brasil, depois da Lei de Anistia de 1979, uma interpretação dessa legislação impediu durante décadas que investigações sobre casos de mortos e desaparecidos fossem feitas pelas autoridades constituídas após a Constituição de 1988. O engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva foi levado de sua casa no Rio de Janeiro por um grupo de militares sob os olhos apreensivos de sua família em 20 de janeiro de 1971. Nunca mais voltou. Descobrir o que ocorreu com ele depois disso tornou-se uma missão para sua família. Em especial, para sua mulher, Eunice Paiva. No livro Crime sem castigo (Matrix, 208 pp, R$ 58), de Juliana Dal Piva, estão esmiuçadas milhares de páginas sobre as investigações feitas desde 1971 sobre o desaparecimento do ex-deputado. Também está relatado como a ditadura monitorou de perto cada passo dos interessados em desvendar o caso para garantir que não se chegasse à verdade. Apenas em 2014, o grupo de Justiça de Transição do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro conseguiu concluir o caso apontando cinco militares pelo assassinato de Rubens Paiva.

[11/03/2025 07:00:00]
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