A primeira edição dos principais sonetos de Espanca pela editora José Olympio destaca esta que é uma das maiores poetas portuguesas, elogiada por Fernando Pessoa e dona de uma lírica potente, feminina e única
Conhecida por uma poética intensa, apaixonada, melancólica e pseudobiográfica, atualmente a excelência de Florbela Espanca é comparada à de seus contemporâneos Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, embora ela não tenha participado das revistas que movimentaram o chamado modernismo português. A partir de livros autopublicados, Florbela Espanca trouxe para a poesia uma subjetividade feminina que desafiava os padrões sociais e literários portugueses do início do século XX. Com isso, abriu caminho para gerações posteriores de poetas mulheres, como Sophia de Mello Breyner Andresen, Maria Teresa Horta e Adília Lopes. Para quem deseja conhecer a obra dessa escritora portuguesa,
Sonetos (José Olympio, 224 pp, R$ 49,90) reúne os volumes que ela publicou em vida,
Livro de mágoas (1919) e
Livro de Soror Saudade (1923), e as obras póstumas
Charneca em flor (1930) e
Reliquiae (1931). Além disso, dois estudos críticos sugerem caminhos para a leitura dos poemas: o primeiro, de 1950, assinado pelo poeta, ensaísta e crítico português José Régio, é um dos ensaios inaugurais sobre Florbela Espanca. O segundo, do poeta, crítico e professor de literatura portuguesa na Unifesp Leonardo Gandolfi, oferece uma leitura contemporânea. O projeto gráfico é assinado por Violaine Cadinot.