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Os ancestrais do amanhã
PublishNews, Redação, 24/10/2024
A partir da cosmogonia iorubá, Fábio Kabral cria em 'Sopro dos deuses' um universo complexo, com os orixás e a forma de cultuá-los no Brasil como elementos centrais da narrativa

As artes têm um papel fundamental na luta contra a intolerância religiosa no Brasil. De grandes nomes do pop nacional a artistas independentes de várias áreas, muitos contribuem para promover a empatia e a aceitação das diferenças. Trilhando esse caminho com muita criatividade, Fábio Kabral, voz de destaque entre os autores de literatura especulativa afrocentrada no país, apresenta Sopro dos deuses: os ancestrais do amanhã (Intrínseca, 272 pp, R$ 59,90). Nesta nova obra cheia de axé e originalidade, Kabral faz uma homenagem a Oxóssi, orixá ao qual foi iniciado. Um dos protagonistas, Kayin, também filho do orixá caçador, tem seu destino entrelaçado com o da impetuosa Ainá, filha de Oxum. A dupla enfrenta ritos de passagem, desafios pessoais e familiares, assim como aventuras incríveis até chegarem ao ápice de suas vidas em uma trama que celebra a cultura afro-brasileira. Ao narrar o encontro desses jovens predestinados, o autor cria uma história fantástica repleta de representatividade com personagens negros, incluindo mulheres gordas destacadas por sua beleza. Fábio Kabral transporta com maestria a ritualística e a vivência do culto aos orixás em terras brasileiras para uma narrativa fantástica na qual aborda de forma crítica os papéis de gênero dominantes na sociedade e exalta a possibilidade de seres humanos e natureza viverem de forma integrada.

[24/10/2024 07:00:00]
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