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Contos de desterro
PublishNews, Redação, 09/10/2024
Em cada uma das histórias de 'Noites de argenta', as personagens desterradas à espera do olhar e da companhia de leitores atentos

Os ventos sopram livres, ultrapassam fronteiras, sobem ou descem as encostas das montanhas, penetram nas cidades, invadem os campos giram pelo mundo com liberdade, ao contrário de milhões de desterrados que vagam pelo globo, apátridas, desamparados, limitados nos seus movimentos. Expatriados e refugiados estão em todos os lugares, de Gaza a Nova Yorque, de São Paulo a Berlim, de Ushuaia a Reikjavique, sem voz, sem presença, sem direitos, são como fantasmas que habitam o nosso tempo. Os ventos e o desterro são metáforas adotadas nestes belos contos, onde a palavra ganha outros significados, evocando sentimentos para aprofundar a compreensão das experiências humanas de perda e separação. Em cada uma das histórias de Noites de argenta (Reformatório, 188 pp, R$ 58), o autor conecta um vento livre, que por vezes se faz ameaçador, em outras é leve como um vento outonal, ou pesado como um vento que sopra do deserto, com personagens desterradas à espera do olhar e da companhia de leitores atentos. Decio Zylbersztajn nasceu no bairro do Bom Retiro, na cidade de São Paulo, em 1953, e atualmente vive entre as cidades de Gonçalves-MG e São Paulo-SP. Estudou na escola pública, e acredita no ensino público de qualidade como vetor de transformação social. É Agrônomo, PhD em Economia, formado na Universidade de São Paulo e na Califórnia, em Berkeley. É Professor Titular Sênior na Universidade de São Paulo, onde orientou dezenas de mestres e doutores. Publicou pela Editora Reformatório os livros de contos Como são cativantes os jardins de Berlim e Acerba dor e os romances O filho de Osum e O arquivo dos mortos: histórias de um obituarista.

[09/10/2024 07:00:00]
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