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Quando a sabedoria natural feminina passou a ser ligada ao mal
PublishNews, Redação, 25/07/2024
A professora Julia Myara estreia na literatura e busca entender os mecanismos de apagamento do poder feminino em narrativas históricas

Ao longo das páginas de Deusas, bruxas e feiticeiras (Planeta, 218 pp, R$ 57,90), Julia Myara reúne 10 anos de pesquisa sobre cultura, história e papéis de gênero, e analisa os mecanismos que apagaram grandes figuras femininas, resgatando e recontando narrativas mítico-religiosas que evidenciam o protagonismo da mulher. De acordo com a professora, por meio dessas histórias desordenadas, é possível encontrar a presença social da figura feminina, como elas próprias se viam e como eram vistas. É no movimento de recuperação de narrativas apagadas e esquecidas que a autora propõe uma reflexão sobre a representação da mulher no passado e nos dias de hoje. “Resgataremos histórias que talvez iluminem o nosso caminho; narrativas que nos deem dicas e nos revelem outros modos de vida, outros afetos, outras formas de organização política e social, outras maneiras de existir neste planeta.”, escreve. Durante a obra, a professora passa pela Deusa neolítica, pela cultura que a desenvolveu, por conceitos como matriarcado e matrilinearidade, revolução neolítica, paz primitiva, pelas mulheres nas narrativas sumérias, babilônicas, canaanitas e bíblicas, além de, pela figura da bruxa. Para Julia Myara, Deusa, bruxas e feiticeiras é a primeira publicação de um amplo estudo, o resultado da união entre pesquisa acadêmica, arte e reflexão.

[25/07/2024 07:00:00]
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