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Três perguntas do PN para Emma House, curadora dos eventos de Sharjah
PublishNews, Talita Facchini, 02/05/2024
Com 20 anos de experiência na indústria editorial global, Emma é a curadora e consultora das conferências realizadas em Sharjah e é o nome por trás do novo formato de mesas-redondas implementadas nesses eventos

Com mais de 20 anos de experiência na indústria editorial global, Emma House é um nome conhecido entre os editores mundo afora. Emma foi um dos dez Embaixadores Globais do Clube de Negócios da Feira do Livro de Frankfurt (2015), uma das 100 pessoas mais influentes no setor editorial eleita pelo The Bookseller (2015), atualmente faz parte do conselho do PublisHer e é consultora e curadora dos eventos de Sharjah (EAU).

Antenada às tendências do mercado, ela é criadora do formato de mesas-redondas adotado há poucos anos nas Conferências de Sharjah. O formato, segundo Emma, foi pensado após ouvir os feedbacks dos editores, que buscavam por mais oportunidades de networking. “Todo mundo ficou muito animado e algumas pessoas me disseram que em todas as conferências devemos seguir por este caminho. E se as pessoas começarem a copiar, ótimo! Quer dizer que realmente é um sucesso”, disse ao PN.

Sobre o novo formato das Conferências, os feedbacks recebidos e os planos e ajustes para as próximas edições, o PublishNews fez três perguntas para Emma.

PublishNews – Emma, como surgiu a ideia de mudar o formato das conferências nos eventos de Sharjah?

Emma House – No primeiro ano em que realizamos a Conferência, fizemos no estilo tradicional, com palestrantes e painéis principais, e o feedback que recebemos depois foi que as pessoas estavam compartilhando informações muito interessantes no palco, mas não houve oportunidade de fazer perguntas mais próximas, de se aprofundar em detalhes, de compartilhar as próprias experiências e de realmente trocar ideias. Era um tráfego de informações em mão única.

Então decidimos que, na verdade, todo mundo tem uma história para contar. Não são só as pessoas no palco. O que realmente precisávamos era de pessoas de diferentes áreas para contar suas experiências, fazer uma apresentação e depois abrir a discussão para questões como: “bom, como você faz isso? O que você aprendeu? Qual foi sua experiência?”. Assim conseguimos chegar no formato das mesas-redondas.

PN – Como foi, exatamente, o primeiro feedback depois após implementar esse novo formato? Acha que ele pode começar a aparecer em outros eventos do mercado?

Emma – Todo mundo ficou muito animado e algumas pessoas me disseram que em todas as conferências devemos seguir por este caminho. E se as pessoas começarem a copiar, ótimo! Quer dizer que realmente é um sucesso.

Eu acredito que o que fizemos nessas últimas Conferências – e que faremos em novembro também – e que as pessoas acharam muito interessante e útil, foi a forma de conhecer pessoas, quebrar o gelo, aprender coisas novas, etc. Os profissionais querem compartilhar histórias, querem fazer parte da discussão. É muito importante que as pessoas não fiquem apenas sentadas e ouvindo. Quero dizer, você pode fazer se quiser. Mas é preciso que as pessoas participem.

PN – Sobre a parte mais técnica, como você escolhe os temas para cada mesa e como entra em contato com os responsáveis por cada uma delas? Como é o bastidor dessa curadoria? E para as próximas edições, pretende já fazer alguma mudança?

Emma – Primeiro, nós fazemos pesquisas depois da Conferência para perguntar às pessoas o que elas pensam e estudamos os temas para os eventos futuros. Quais são os tópicos quentes? O que as pessoas querem aprender? E além disso, claro, as pessoas também vêm até nós com ideias: posso falar sobre isso? Posso fazer um workshop sobre aquilo? Então é realmente uma mistura real. Mas ao longo do ano estamos sempre procurando, sempre pensando.

Geralmente abordamos a pessoa que queremos que gerencie uma mesa, mas claro que depende. E a medida que ficamos mais conhecidos, mais pessoas virão até nós com ideias.

Vender e comprar livros exigem habilidades diferentes. Temos que ser profissionais de contabilidade, designers, especialistas em redes sociais, temos que ser bons curadores, saber negociar... Há tantas habilidades diferentes no mercado do livro que nunca faltam assuntos para conversar.

Já tenho ideias para as próximas edições, o objetivo central vai ser focar na inovação e dar ainda mais tempo para trocas entre os participantes.

[02/05/2024 08:00:00]
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