Uma análise sob conceitos como autoria, devir e interdição
PublishNews, Redação, 23/11/2023
A obra de Ana Carla Carneiro Rio demonstra que a linguagem literária não é apenas poética, é uma escrita que representa uma função histórica

Maria Firmina dos Reis e Michel Foucault: diálogos possíveis no romance Úrsula (Appris, 147 pp, R$ 58) lança um olhar para o discurso literário e as possibilidades de análise sob conceitos como autoria, devir e interdição, sempre se atentando às amarras das relações de poder em uma conjuntura. A obra demonstra como os enunciados presentes na tessitura de uma obra literária podem sinalizar “o rosto de uma época”. Para tanto, no primeiro capítulo da obra, a autora fornece elementos da análise do discurso francesa, para que o texto firminiano seja investigado por meio de cenas enunciativas e demonstra como o filósofo Michel Foucault sempre esteve atento ao discurso literário, considerando como uma nova história. No segundo capítulo, a autora aborda os discursos do negro e da mulher, principais temáticas tratadas na narrativa de Úrsula, priorizando a regularidade dos discursos no Maranhão oitocentista. A autora demonstra que o conceito de autoria corresponde a uma função no discurso, e que não é necessário um nome “potente” no cenário literário para tratar “realidades” sociais em um texto de ficção.

[23/11/2023 07:00:00]