Fruto das pesquisas e análises de Alice de Araújo Nascimento Pereira, Crônicas de Gilead: reprodução social e controle do corpo feminino em O Conto da Aia (Caravana) mergulha nas questões da condição feminina, na sujeição do corpo e apropriação da potência reprodutiva e do trabalho das mulheres. O objeto de estudo é o romance distópico O conto da Aia (Rocco), de Margaret Atwood, e sua adaptação seriada, The Handmaid’s Tale, que retratam o declínio da taxa de natalidade como razão para a ascensão de um regime teocrático cristão chamado Gilead. Esse regime é calcado na exploração das mulheres de diferentes maneiras. Neste cenário, elas são divididas em castas, obrigadas a trabalhar para manter o funcionamento do sistema que as controla e forçadas a engravidar. O romance e a série se tornaram ícones para as feministas do mundo inteiro, pois retratam um amálgama de pesadelos para as mulheres, mas que ainda assim são bem reais e atuais, com inspirações historicamente verificáveis. “Almejamos discutir as representações que tais obras tecem acerca do controle do corpo da mulher e seu potencial reprodutor por meio da crítica literária e da teoria da adaptação, dialogando com a teoria feminista, fazendo as pontes entre a ficção e o contexto contemporâneo”, observa Alice. Questionar o papel da mulher na sociedade, abre espaço para reflexões profundas sobre nossa realidade. O romance analisado, apesar de fictício, ecoa situações factuais. O evento de lançamento do livro Crônicas de Gilead: reprodução social e controle do corpo feminino em O Conto da Aia e sua adaptação será no dia 10 de abril, no IFFluminense – campus Macaé (Rod. Amaral Peixoto, Km 164 – Macaé / RJ), às 19h.