Carlos Drummond de Andrade escreveu cartas durante toda a sua vida. As correspondências com seus amigos são uma verdadeira obra-prima da literatura epistolar brasileira, segundo a organização. O poeta mineiro tinha o hábito de trocar cartas com diversos amigos ao longo de sua vida, e essas correspondências revelam muito sobre sua personalidade, seus pensamentos e suas relações pessoais.
Entre os amigos mais frequentes de Drummond estavam Mário de Andrade, Pedro Nava, Alceu de Amoroso Lima, Silviano Santiago, Fernando Sabino, Tristão de Athayde, Cyro dos Anjos, Abgar Renault, entre tantos outros. Com esses e outros, Drummond trocava ideias sobre literatura, política, filosofia e assuntos cotidianos, sempre com muita inteligência e humor.
Além disso, as correspondências de Drummond também são um registro histórico importante. Elas retratam a vida cultural do Brasil nas décadas de 1940 a 1980, abordando eventos como a Semana de Arte Moderna, a Ditadura Militar e a fundação da Academia Brasileira de Letras.
Mas sua rotina diária de escrever cartas não se limitava aos amigos. Ele nunca deixou de responder nenhuma correspondência de autores, conhecidos ou inéditos. Mesmo que fossem palavras breves, eram sempre um estímulo ao exercício da escrita, à leitura, e ao amor às palavras. No final da vida abandonou a letra cursiva e passou a utilizar a máquina de escrever. Mas seguramente, centenas de pessoas anônimas trocaram correspondência com o autor de A máquina do mundo.
Dentro do projeto do Flitabira, um outro: “Escreva Para um Poeta”. Um concurso de redação que convida as crianças a escreverem uma carta, à mão, para CDA, depois da leitura de um poema. Todos e todas vão receber de volta uma carta do poeta, respondida por uma IA, em papel de carta, na própria letra do poeta. E as melhores redações serão premiadas.
O Flitabira, capitaneado pelo curador e jornalista Afonso Borges, tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, e apoio da Prefeitura Municipal de Itabira e Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.
