Segundo a instituição, o projeto de modernização visa dotar o espaço da estrutura necessária para abrigar o acervo. Entre as mudanças, estão a instalação de sistemas prediais de climatização, automação, segurança e combate a incêndios.
O novo prêmio – uma nova categoria no tradicional Prêmio Biblioteca Nacional – objetiva “a fixação de cantos ancestrais e narrativas da oralidade, recolhidas no Brasil, entre povos originários, ribeirinhos e de matrizes culturais”, de acordo com a BN. O edital será lançado em junho e o trabalho vencedor receberá R$ 30 mil.
A cerimônia foi transmitida no canal oficial do Youtube da Biblioteca. Em seu discurso de posse – uma verdadeira intervenção poética, intitulada Ode à Biblioteca –, Lucchesi ressaltou o caráter republicano da instituição. “A diplomacia do livro. Em momentos dramáticos e recentes da cultura brasileira, a Biblioteca Nacional continuou a fazer a política da boa vizinhança, reforçando seu papel de órgão de estado, não de governo. A Biblioteca não é trincheira de idelogias”, ressaltou.
Lucchesi disse ainda que é preciso ampliar a biblioteca digital da BN com “um robusto centro de dados, um centro de tecnologia da informação e da comunicação”.
“A biblioteca anfíbia, virtual e analógica, duplicou as tarefas da preservação. Se antes era a química do papel e o ambiente – umidade, acidez, tinta ferrogálica –, agora são hackers, perda de dados, migração de tecnologia. O delicado olhar entre átomos e bits. Porque o digital não é eterno e imutável. A inteligência do processo deverá contemplar as novas materialidades”, completou.
Lucchesi iniciou o discurso agradecendo a presença dos funcionários, concursados e terceirizados, da Biblioteca Nacional. Na fala, ele destacou o papel de preservação realizado pela instituição, por meio de seus trabalhadores, mesmo os aposentados. O novo presidente também destacou o fato de que a última posse na Biblioteca Nacional com a presença de um ministro da Cultura havia ocorrido em 1996.
Sobre a nova categoria do Prêmio BN, Lucchesi mencionou uma responsabilidade. “Nós temos a responsabilidade de ampliar cada vez mais o acesso à Biblioteca Nacional, por meio da biblioteca digital – que é exemplar para o mundo, para a América Latina – mas também de ampliar um dossiê étnico, das terras quilombolas, das línguas múltiplas praticadas neste país e sua pluralidade”, afirma o novo presidente.
Segundo a BN, Akuli era a alcunha de Moseuaípu, jovem sábio da tribo Arekuná. Íntimo dos saberes da floresta, foi narrador de histórias ancestrais. A literatura oral sobre Macunaíma, que Akuli transmitiu ao cientista alemão Theodor Koch-Grünber, foi determinante para a obra de Mário de Andrade.
Num momento de descontração, a ministra agradeceu o entusiasmo que Lucchesi demonstrou com o convite de assumir a instituição, e revelou que a indicação do nome do escritor, pesquisador e professor universitário partiu do ex-ministro Gilberto Gil.
Entre as autoridades e visitantes presentes na cerimônia, estavam diversos membros da equipe do Ministério da Cultura, entre eles, Fabiano Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura; Merval Pereira (presidente da ABL), Ana Maria Machado, Domício Proença Filho, Fernanda Montenegro e o secretário de Cultura do município do Rio, Marcelo Calero, além de outras pessoas ligadas às artes e à literatura.