O romance de Wilhelm Jensen intitulado Gradiva - Uma fantasia pompeiana (100/cabeças, 128 pp, R$ 55 – Trad.: Claudio Willer e Diogo Cardoso) traz para o primeiro plano as implicações do inconsciente sobre a realidade. A imersão no universo do desejo, que se sobrepõe à realidade, construção de símbolos que ganham vida própria e a busca inconsciente por mitos subjacentes. Esses são alguns dos temas do livro de impacto e narrativa singular, que inspirou nomes como Sigmund Freud, Carl G. Jung e André Breton a reelaborarem suas pesquisas no campo da psicanálise, simbolismo, arte e pensamento revolucionário. Nesta obra, escrita há 120 anos, o inconsciente assume papel central na narrativa, onde a efusão do sonho na realidade se apresenta com toda plenitude. O enredo de Gradiva – Uma fantasia pompeiana (1903) gira em torno de uma viagem desencadeada a partir de um sonho e permeada por elementos fantásticos. Gradiva é o nome de uma peça gravada em um alto relevo estudada pelo arqueólogo Norbert Hanold, que parte para Pompeia em busca dos vestígios da mulher que teria dado origem a esse objeto.