A vulnerabilidade encontrada na velhice
PublishNews, Redação, 22/02/2023
Escrita de Kenzaburo Oe é marcada por uma imaginação abundante, reflexões profundamente filosóficas e experiências pessoais
A escrita de Kenzaburo Oe é marcada por uma imaginação abundante, reflexões profundamente filosóficas, experiências pessoais, como seus traumas de infância relacionados à história do Japão, a relação com seu filho, a morte e o desaparecimento de diversos amigos próximos. Em Adeus, meu livro! (Estação Liberdade, 448 pp, R$ 84 - Trad.: Jefferson José Teixeira), o ganhador do Nobel de Literatura 1994 reúne todas as suas “assombrações” dando voz mais uma vez ao romancista Kogito Choko, agora mais velho e acamado em um quarto de hospital devido a um grave ferimento. A partir do reencontro com seu amigo de infância e de muito diálogo entre os dois personagens, Oe, que é mestre na arte de permear a literatura com experiências de sua vida pessoal, oferece aos leitores uma vasta gama de assuntos que, sendo caras ao autor, tal como são postas, são também de interesse da humanidade. Fala-se de literatura, arquitetura, cinema, música; fala-se de política, de guerras; de suicídio, envelhecimento; fala-se das relações familiares, do Japão e do mundo. Se em A substituição ou As regras do Tagame, Oe dialoga com a ausência, em Adeus meu livro! o passeio é escoltado por uma literatura de luta política, nos conduzindo através da “vulnerabilidade encontrada na velhice”.
Tags:
Estação Liberdade, ficção