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Crônicas críticas de Cidinha da Silva
PublishNews, Redação, 12/01/2023
Em seu novo livro, autora toca em temas sociais candentes, como racismo, periferia, relações trabalhistas, africanidade, sem descuidar dos aspectos estéticos

Na longa tradição da crônica no Brasil, Cidinha da Silva é autora de voz singular. Ao construir seus textos a partir de um ponto de vista essencialmente feminino, preto e periférico, Cidinha oferece ao gênero uma abordagem diferenciada. Mas Cidinha não é só cronista. Suas diversas facetas desembocam em gêneros como o conto, a poesia, a literatura para crianças e o texto teatral. Dentre seus títulos, destacam-se obras como Os nove pentes d’África (2009), Canções de amor e dengo(2016) e O homem azul do deserto (2018). Com Um Exu em Nova York recebeu o prêmio da Fundação Biblioteca Nacional na categoria contos no ano de 2019. Já Explosão feminista foi finalista do Prêmio Jabuti no mesmo ano. Cidinha da Silva é, portanto, referência entre os novos nomes com carreira consolidada no panorama da literatura brasileira contemporânea. Em seu novo livro, A menina linda (Oficina Raquel, 140 pp, R$ 49,90), reunião de crônicas da autora acrescida de quatro textos inéditos (O caso da escritora que espionou Emanoel Araújo, A vida por um telefonema, Santo e O novo normal), o leitor tem acesso a uma obra que, embora seja devedora a nomes canônicos da crônica brasileira, rasura essa tradição. Sendo assim, são colocadas em primeiro plano personagens – reais e fictícios – que abordam questões étnicas, sociais e de gênero. O livro traz questões importantes para a crônica contemporânea: é o século XXI, com todos os temas debatidos na sociedade, transportado artisticamente para a literatura. A obra tem textos construídos a partir de uma tessitura ao mesmo tempo delicada e contundente. Numa dicção original, Cidinha da Silva toca em temas sociais candentes, como racismo, periferia, relações trabalhistas, africanidade, sem nunca descuidar dos aspectos estéticos.

[12/01/2023 07:00:00]
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