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A doce-amarga vida de Tarsila do Amaral
PublishNews, Redação, 02/12/2022
Em sua estreia na José Olympio, Mary Del Piore constrói um retrato inédito da maior pintora brasileira: do apogeu ao esquecimento – e então ao reconhecimento, ao fim da vida, que sedimentou seu lugar nas fileiras da imortalidade

A premiada historiadora Mary Del Priore apresenta em Tarsila (José Olympio, 144 pp, R$ 59,90) uma biografia breve de uma das artistas mais geniais do modernismo. Criadora de pinturas icônicas, que se confundem com uma estética canônica da representação do Brasil – a paisagem, a gente, as festas, o trabalho e os costumes –, Tarsila do Amaral é um dos nomes mais aclamados na história da arte brasileira e, ao mesmo tempo, um vulto cuja vida íntima é pouquíssimo conhecida. Criada em uma família conservadora, dona de terras no interior de São Paulo, Tarsila rompeu, no início do século XX, as barreiras do moralismo de sua época para se tornar uma artista mundialmente conhecida. Engana-se, porém, quem acha que ela teve uma vida apenas gloriosa. Desilusões amorosas e traições, ataques à sua arte e à sua honra, julgamentos reacionários à sua tentativa de romper com a vida burguesa e até mesmo acusações de que seria colaboradora da polícia política de Getúlio Vargas são indicações da coleção de infortúnios que a assombraram em vida. A narração desta biografia alia o lirismo da contação de histórias ao rigor da pesquisa em arquivo, e vai trazendo, aos poucos, sabores que sustentam um perfil incomum da modernista.

[02/12/2022 07:00:00]
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