A pluralidade de vozes foi destaque tanto no Estadão como na Folha. Autores e convidados da Flip protagonizaram e ouviram discussões sobre racismo, igualdade de gênero e da literatura como forma de resistência. Lázaro Ramos, que teve lugar tanto nas manchetes da Folha e do Estadão, foi homenageado por poetas negros independentes, além de ganhar o público da Flip e lotar um auditório para falar do seu primeiro lançamento infanto-juvenil.
A participação de Cidinha da Silva também ganhou voz nos jornais, tanto na Folha como no O Globo. Além de falar de nomes da literatura negra, a Mesa 19 da Flip reconheceu a autora, defendendo a importância da crônica e do conto para o mercado literário brasileiro.
Outro destaque das manchetes foi quando Annie Ernaux, escritora francesa ganhadora do Nobel deste ano, falou abertamente sobre o aborto, depois de um relato de uma participante de sua palestra. Na manchete da Folha, afirma que ‘mulheres são tratadas como cadelas quando fazem o aborto’. A autora de O lugar e Os anos também foi vista andando pelas ruas de Paraty. Para o Estadão, o título da notícia ficou a cargo das lágrimas que Ernaux fez o público derramar em sua palestra.
Em relação às vendas, mais manchetes em vários jornais. No Estadão e no O Globo, a conquista de Annie Ernaux como autora mais vendida na Flip, que desbancou a homenageada do evento, Maria Firmina dos Reis. A pluralidade também foi destacada nos caixas da livraria, já que dos 11 autores mais vendidos, cinco são mulheres negras, apenas quatro são homens, com um autor indígena e uma travesti.
Os organizadores dessa Flip ainda nem tiveram tempo de retirar todos os materiais e livros de Paraty, mas já estão pensando em como o evento acontecerá ano que vem. A Folha publicou que a cidade de Paraty quer que a feira volte para sua data costumeira, em julho, mas a mudança vai depender da Lei de Incentivo à Cultura. Por enquanto, a estimativa mais realista é que a Flip seja realizada em setembro de 2023.
Como destaque internacional, a entrevista da escritora Chimamanda Ngozi Adichie para o The Guardian, onde afirmou que a literatura está em perigo. Falando sobre direito de pessoas trans, feminismo e liberdade, a autora lançou sua voz para falar da censura social que algumas obras estão sofrendo.