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Flip e Sesc promovem debates sobre Maria Firmina dos Reis
PublishNews, Redação, 19/10/2022
Os encontros, entre os dias 19 e 22 de outubro, fazem parte do Ciclo da Autora Homenageada, que coloca em pauta questões em torno do escritor homenageado por cada edição da Flip

Retrato fictício de Maria Firmina dos Reis de autoria do artista João Gabriel dos Santos Araújo, o vencedor de um concurso realizado pela Flup | © Divulgação
Retrato fictício de Maria Firmina dos Reis de autoria do artista João Gabriel dos Santos Araújo, o vencedor de um concurso realizado pela Flup | © Divulgação
Entre os dias 19 e 22 de outubro, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e o Sesc SP, por meio do Centro de Pesquisa e Formação, promovem uma série de debates que tem como foco a discussão da obra de Maria Firmina dos Reis. A autora é a homenageada da 20ª Flip para literatura brasileira, buscando cada vez mais pluralidade e representatividade no evento.

Ao longo de quatro painéis, professores, pesquisadores e artistas discutem a importância da obra de Maria Firmina dos Reis. O evento acontecerá em formato híbrido, na sede do CPF Sesc (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - São Paulo / SP), e é necessária a inscrição prévia, através do site do evento. Nos dias 19, 20 e 21, os debates começam às 19h30, e, no dia 22 o painel que encerra o Ciclo está marcado para às 11h.

O primeiro debate parte da premissa de que a entrada de Maria Firmina dos Reis na história da literatura brasileira ilumina as disputas e as rasuras à narrativa tradicional do cânone. No dia 19, com mediação de Fernando Bastos, Eduardo de Assis Duarte, Denise Carrascosa e Fernanda Miranda encontram-se para discutir em que medida a obra da escritora evidencia as falhas das tentativas de criar uma história linear e pacificadora sobre a produção literária local.

No dia seguinte (20), Milena Britto conversa com Luciana Martins Diogo, Régia Agostinho da Silva e Luiz Mauricio Azevedo. A discussão parte do romance de estreia da autora para discutir a abolição, tema caro para a obra de Maria Firmina dos Reis. Em Úrsula, os personagens representam um relato importante para a ficção que defende o abolicionismo, servindo também para que, mesmo nos dias de hoje, possamos entender a condição negra no século XIX.

No terceiro encontro (21), Matheus Gato, Mirian Cristina dos Santos e Juliano Carrupt do Nascimento, mediados por Dulci Lima, refletem em que medida a biografia da escritora é ponto fora da curva em nossa tradição literária, de modo a aprofundar o debate sobre o papel de Maria Firmina na longa linhagem de artistas, profissionais das letras e educadoras que formam a intelectualidade negra brasileira.

No último encontro (22), pretende-se reconhecer, em dois momentos, de que forma o público tem incorporado a produção de Maria Firmina dos Reis. Primeiro é a vez de Pedro Meira Monteiro reunir Lívia Natália e Regina Azevedo, três poetas que representam esse legado de coragem e amor pela poesia, e que, tal como Maria Firmina, batalham para que a literatura seja democratizada. Logo em seguida, para celebrar a força da oralidade, acontece uma apresentação artística do Slam das Minas, batalha poética que nasceu em São Paulo, e que atua com literatura em diversas linguagens, explorando as construções possíveis através das palavras.

Em 2022, a Flip celebra seus 20 anos, em edição presencial que acontece de 23 a 27 de novembro, em Paraty. Além de diversos autores nacionais e internacionais, escolhidos para trazer para o centro dos debates a pluralidade de visões e sensibilidades que estão em jogo na contemporaneidade, a programação principal contará ainda com duas mesas em homenagem à obra de Maria Firmina dos Reis.

[19/10/2022 09:00:00]
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