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A revolução da vida íntima
PublishNews, Redação, 08/06/2022
Publicado pela Fósforo, livro de Saidiya Hartman apresenta histórias íntimas de meninas negras desordeiras, mulheres encrenqueiras e queers radicais

Vidas rebeldes, belos experimentos (Fósforo, 432 pp, R$ 89,90 - Trad.: Floresta) apresenta um estudo inovador sobre a população dos cinturões negros da Filadélfia e de Nova York. Na obra, Saidiya Hartman se vale do método da fabulação crítica para dar voz às personagens por ela estudadas, em sua maioria jovens negras “em franca rebelião”. Ao combinar um estilo literário a uma extensa pesquisa de arquivos, documentos e imagens, Hartman descreve o mundo através dos olhos dessas mulheres e se propõe a “recriar a imaginação radical” delas, oferecendo uma nova mirada sobre esse grupo social. Na pesquisa de Hartman, a população negra deixa de ser encarada como objeto condicionado por habitações insalubres, trabalhos degradantes, prisões arbitrárias e toda sorte de violência, e passa a ser vista como capaz de modificar o tecido social e cultural ao oferecer novas respostas e formas de resistência. Se hoje conhecemos o Renascimento do Harlem é porque essas jovens procuraram fazer valer a liberdade conquistada em uma verdadeira revolução da vida íntima, ainda que estivessem diante da falácia do fim da escravidão.

[08/06/2022 07:00:00]
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