Nos anos 1990, o então adolescente Simon Gärdenfors recebeu um telefonema. Foi avisado que seu melhor amigo, Kalle, teve morte fulminante após contrair meningite. Hoje ele é cantor de rap e humorista de stand-up de sucesso na Suécia, e também um dos quadrinistas aclamados da nova geração. Gärdenfors transformou seu processo de luto em uma HQ de poucas cores, traço de formas arredondadas que beira o livro infantil e uma visão sobre a amizade que pretende ser comovente e também divertida. Meu amigo morto (Todavia, 176 pp, R$ 74,90, – Trad.: Guilherme da Silva Braga) oferece mais do que uma narrativa de luto. Fala dos ritos de passagem da adolescência, das descobertas sexuais e, principalmente, da estrutura nada simples de uma forte amizade. O foco está mesmo nas relações humanas, dando muita atenção ao apoio que o jovem Simon presta à mãe de Kalle. O autor consegue montar a narrativa como uma celebração do que a vida tem de melhor, mesmo que seja algo efêmero.