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Apanhadão: Procura por títulos de Paulo Freire registra crescimento
PublishNews, Redação, 20/09/2021
E mais: Ubu completa cinco anos e se destaca com catálogo de não ficção herdado da Cosac Naify; mulheres, negros e indígenas mudam o panorama da literatura no Brasil; autores independentes falam dos desafios de lançar livros na pandemia.

Nesse final de semana, O Globo destacou o aumento na venda dos livros do educador Paulo Freire, que completou seu centenário no último domingo (19). O feito, de acordo com o jornal, prova que o educador, inimigo do bolsonarismo, está mais popular do que nunca. Segundo a matéria, a procura por títulos do Patrono da Educação Brasileira registrou grande crescimento. Freire é publicado desde os anos 1960 pela Paz & Terra, antiga editora de esquerda incorporada pelo Grupo Record em 2012. Desde 2018, quando ganharam um novo projeto gráfico, que traz na capa a caligrafia do próprio Freire, as vendas das 33 obras do educador cresceram 15%. Alguns títulos registraram aumentos extraordinários, como A pedagogia da libertação em Paulo Freire (270%), Educação como prática da liberdade (401%) e Educação pela mídia (700%). A procura pelos títulos mais conhecidos, Pedagogia da autonomia e Pedagogia do oprimido cresceu cerca de 10%. Juntas, as duas obras venderam quase meio milhão de cópias nos últimos 10 anos. Na matéria, a editora-executiva da Paz & Terra, Livia Vianna não credita o sucesso comercial apenas a uma reação do público à perseguição da extrema direita. Segundo ela, jovens leitores vêm sendo apresentados ao educador por figuras populares na internet.

A Folha informou que a Ubu, apontada pela publicação como sucessora da Cosac Naify, faz cinco anos com uma série de debates e sorteios. Dedicada à não ficção e a edições especiais de clássicos, editora dobrou o quadro de funcionários na pandemia. Depois do fim da Cosac Naify, em dezembro de 2015, coube a outras casas, grandes e pequenas, abocanharem o que podiam do banquete. Foi o caso da Ubu, que surgiu no ano seguinte. A editora herdou o braço de não ficção, com livros que não podem faltar a universitários de diversas áreas, o que dá sustentabilidade ao catálogo, ao mesmo tempo que arrisca no cuidado visual e no luxo, com edições limitadas e artesanais de clássicos. Daí que, prestes a completar cinco anos no mercado, a casa se tornou uma das várias independentes que mantêm viva a cara da Cosac. As caras, no caso. Florência Ferrari, atual diretora-geral da Ubu, e Elaine Ramos, diretora de arte, são ambas sócias-fundadoras que tiveram mais de dez anos de experiência na editora encabeçada por Charles Cosac. Hoje, 14 pessoas compõem o time que cuida das etapas editoriais e do Circuito Ubu, clube de assinaturas criado no ano retrasado, que demanda atenção especial.

O Estado de Minas observou que mulheres, negros e indígenas mudaram o panorama da literatura no Brasil. “Com leitores demandando esses livros, editoras e prêmios tiveram que abrir suas portas para continuar vendendo. Torto arado vendeu 200 mil exemplares, isso é muito em um Brasil que não lê. A Djamila Ribeiro é best-seller. Nenhuma editora faz trabalho social publicando autoras negras ou indígenas, elas estão lucrando com isso. Algo que o racismo e o colonialismo nunca permitiram que se pensasse ser possível”, observa o pesquisador Fred di Giacomo.

O Correio Braziliense, ouviu escritores independentes que contaram os desafios de lançar livros na pandemia. Mesmo com todos os problemas que a pandemia do novo coronavírus acarretou, diversos escritores resolveram seguir com o sonho de lançar um livro.

A coluna Painel das Letras deu destaque para a biografia do ex-presidente Lula que a Companhia das Letras lança em novembro. Escrito por Fernando Morais, o livro é visto como um dos lançamentos de maior potencial do ano. Resultado de um investimento de cerca de dez anos do autor de Olga e Chatô, este primeiro tomo de 416 páginas não abarcará todos os principais eventos da vida do político - de fato, terminará justo no momento em que ele entra de vez na política institucional. O segundo volume, que ainda está em estágio inicial, deve ser lançado só depois de 2022. A proposta da editora é que os livros não sejam contaminados pela campanha eleitoral.

A coluna também informou que a Autêntica, que se consagrou na publicação de clássicos e de obras de não ficção, vai inaugurar um selo de literatura contemporânea. Sob o comando da escritora Ana Elisa Ribeiro e da editora Rafaela Lamas, a Autêntica Contemporânea pretende dar especial atenção a obras latino-americanas. No prelo das editoras, a N-1 lança este mês uma nova obra do camaronês Achille Mbembe,filósofo contemporâneo.

Na coluna da Babel, mais prelo: a Boitatá lança em 2022 Monstro azul, a obra mais recente da espanhola Olga de Dios. E depois de anos de pesquisas sobre a juventude de Machado de Assis, Wilton José Marques lança, no ano que vem, pela Alameda, Machado de Assis e as primeiras incertezas.

Tags: Apanhadão
[20/09/2021 09:50:00]
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