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A herança africana na Bahia
PublishNews, Redação, 13/08/2021
Em 'Bahia de todos os negros', história e reportagem se aliam em um apanhado dos levantes que ajudaram forjar a Bahia que conhecemos hoje

O estado da Bahia abrigou uma das maiores confluências de negros escravizados do Brasil colonial, junto com Rio de Janeiro e Pernambuco. Nenhum outro, porém, tem a herança africana tão flagrante em sua cultura e população. O que teria acontecido, sobretudo na capital, Salvador, de diferente dos demais lugares brasileiros que também passaram pelo processo de colonização perverso calcado na escravidão? Em Bahia de todos os negros (Intrínseca, 224 pp, R$ 59,90), Fernando Granato correlaciona a preservação da ancestralidade africana na Bahia à altivez conquistada à força pelo povo negro. Salta aos olhos a grande quantidade de revoltas e rebeliões da população escravizada e dos afrodescendentes livres que marcou a história do estado ― em comparação com outros territórios onde a população cativa também era numerosa, os registros baianos são surpreendentemente maiores. Tomando como fio condutor dois personagens cuja história de vida se entrelaça à dos levantes ― o notório abolicionista Luiz Gama e sua mãe, Luíza Mahin, pouquíssimo estudada devido à falta de documentos que atestem sua trajetória ―, o autor monta uma narrativa cronológica que não se atém apenas aos fatos, mas também explora seus contextos, cenários e personagens, a fim de aproximar ao máximo o dado histórico da vivência real.

[13/08/2021 07:00:00]
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