Conseguir um lugar na lista dos mais vendidos não é tarefa fácil. É preciso muito trabalho e diferentes abordagens e estratégias antes que o livro consiga entrar no ranking e se manter nele semana após semana. Mas duas editoras parecem ter descoberto a “fórmula” e estão despontando cada vez mais livros na Lista dos Mais Vendidos do PublishNews.

Criada em 2014, a Citadel passou de cinco títulos em 2018 para 15 emplacados na lista em 2019. Já em 2020, foram 17 obras, incluindo o livro mais vendido do ano, o clássico da autoajuda Mais esperto que o diabo, de Napoleon Hill.

Já a outra bem-sucedida casa editorial, a Alta Book – que está prestes a completar 20 anos no mercado – passou de dois títulos em 2018 e cinco em 2019 para chegar aos 41 títulos emplacados na lista dos mais vendidos em 2020. Com o feito, a editora chegou conquistou o bronze no Ranking Anual das Editoras, atrás apenas da Sextante, em primeiro lugar, e Gente, Grupo Companhia das Letras e Intrínseca, que ficaram com a prata.

E para contar um pouco da ascensão das duas empresas, nossa equipe convidou para o Podcast do PN dessa semana os editores André Fonseca, da Citadel, e J.A. Ruggeri, da Alta Books.

Para entender o sucesso da Citadel nos últimos anos, André se baseou em três fatores: o sucesso de Napoleon Hill e da obra Mais esperto que o diabo – “quando você tem um autor que é o carro-chefe da editora, ele te ajuda a posicionar a marca”, explicou –, o modelo de negócio da editora que conta com uma equipe pequena, com um processo enxuto e com foco na venda desde o princípio, e ainda a estratégia de não lançar tantos livros ao mesmo tempo. Hoje, a Citadel conta com 76 livros no catálogo e André explica que sempre trabalham cada obra exclusivamente. “Cada livro é atendido como se fosse uma empresa própria, e isso faz com que todos eles tenham uma ação de marketing diferenciada”, contou.

Já a Alta Books tem uma história diferente. Com quase duas décadas de história e dois mil títulos no catálogo, Ruggeri explica que a empresa entendeu que para crescer nesse mercado você tem dois caminhos. “Ou você tem um crescimento orgânico – e aí passa por acertar muito título, o que é uma coisa bem difícil – ou você faz fusões e aquisições e mira outros caminhos”, explicou, e decidiram então, seguir com as duas alternativas. Ele explica ainda que a Alta conseguiu segmentar o seu catálogo com selos específicos (Alta Books, com livros profissionais, Alta Cult, com obras de educação, sociologia e antropologia e o Alta Life, com livros de desenvolvimento pessoal).

Sobre o surgimento das obras na lista dos mais vendidos, Ruggeri disse ainda que a editora não tinha essa pretensão, mas justifica o fenômeno também se baseando em três fatores: a seleção e assertividade na escolha dos títulos, o feeling e a métrica de trabalho. “Acho que isso foi um dos motivos que fez com que a gente fechasse o ano passado com crescimento de 10%, mesmo em época de pandemia, por causa da bibliodiversidade, acho que isso foi um fator fundamental, a gente tinha livro pra todo mundo, pra todas as dores, pra todos os momentos”, finalizou.

No bate-papo com a nossa equipe eles falaram ainda sobre suas estratégias, os caminhos seguidos pelas editoras, os planos de crescimento – a Citadel, por exemplo, pretende criar mais dois selos para aumentar o volume de lançamentos e mesmo assim manter a atenção em cada título – e ainda contaram o que faz um editor ser bem-sucedido no mercado editorial atual.

O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a mais completa e moderna plataforma de metadados para o mercado editorial brasileiro e da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes, Google Podcasts, Overcast e YouTube.

Indicações:

Os garotos corvos - Vol 1. A saga dos corvos (Record), de Maggie Stiefvater
Bridgenton - Netflix
Brioche Brasil - Padaria
Meditações (Edipro), de Marco Aurélio
Mapa colaborativo das Livrarias - Cadê o livro?
F1 - Dirigir para viver - Netflix