Publicidade
Do Brasil para as Arábias, com uma conexão em Genebra
PublishNews, Leonardo Neto, 28/10/2019
Podcast dessa semana recebe Juliana Farias, veterana na Feira de Sharjah, que acaba de começar, e ainda o time de brasileiros que acompanhou as discussões sobre direitos autorais em Genebra faz um resumão do que foi viu por lá

Juliana Farias, pela segunda vez, está nos Emirados Árabes em busca de oportunidades de negócios | Acervo Pessoal
Juliana Farias, pela segunda vez, está nos Emirados Árabes em busca de oportunidades de negócios | Acervo Pessoal
Começou neste domingo (27) a programação profissional da Feira Internacional do Livro de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos (EAU) e o Podcast do PublishNews dessa semana é referente a esse evento, que se firmou como a mais relevante feira do mundo árabe. A entrevistada da semana é Juliana Farias, que esteve edição de 2018 do evento e voltou esse ano representando a Agência Riff. Na conversa que teve com a nossa equipe, a agente literária e editora falou sobre as oportunidades que vê na feira e destacou as diferenças culturais entre nós brasileiros e os árabes. Falou ainda sobre dicas de comportamento para que não cometa nenhuma gafe na feira.

Nesse ano, uma comitiva de sete editores brasileiros está na feira para abrir caminhos e realizar negócios com editoras dos países que compõem o mundo árabe. Quem também está no Emirado de Sharjah é o PublishNews, que acompanhou as conversas da manhã desta segunda-feira.

Jacks Thomas, Kristenn Einarsson, Mahmoud Lutfi e Isobel Abulhoul durante a mesa em que se discutiu a Liberdade de Publicação | Leonardo Neto
Jacks Thomas, Kristenn Einarsson, Mahmoud Lutfi e Isobel Abulhoul durante a mesa em que se discutiu a Liberdade de Publicação | Leonardo Neto
O ponto alto da programação foi a mesa em que se discutiu a Liberdade de Publicação, tema bastante caro para Sharjah. É que nesse ano, a cidade foi eleita pela Unesco como a Capital Mundial da Literatura. Além disso, a sheika Bodour Al Qasimi, anfitriã da feira, é a vice-presidente da International Publishers Association (IPA), entidade que congrega editores do mundo todo e cuja principal bandeira é justamente a liberdade de publicação.

A mesa foi mediada por Jacks Thomas, diretora da Feira do Livro de Londres, com a participação de Kristenn Einarsson, presidente do comitê de Liberdade de Publicação da IPA, Isobel Abulhoul, presidente da Fundação Literatura dos Emirados; de Mahmoud Lutfi, irmão do vencedor do Prix Voltaire 2019, o egípcio Khaled Lutfi, e de Daniel Gorman, diretor da English PEN, que participou por telefone.

O debate se fez entre Kristenn e Isobel. Ele defendendo a liberdade irrestrita de publicação e ela argumentando que há que se respeitar as peculiaridades locais. Ela citou, por exemplo, a recusa de livreiros em expor livros da franquia Peppa Pig. A carne do porco é proibida para os praticantes do islã e isso se refletiu na ausência do livro infantil nas livrarias do mundo árabe.

Por fim, Thomas concluiu que a liberdade de publicação é necessária para o desenvolvimento de uma sociedade, mas é necessário também observar e respeitar as diferenças locais.

A Feira do Livro de Sharjah ostenta o título de terceira maior do mundo. São esperadas mais de 2 milhões de pessoas nos dez dias de eventos | Divulgação
A Feira do Livro de Sharjah ostenta o título de terceira maior do mundo. São esperadas mais de 2 milhões de pessoas nos dez dias de eventos | Divulgação
A feira

A feira será aberta ao público na manhã da próxima quarta-feira, com a presença do sheik Sultan bin Muhammad Al Qasimi, governador supremo de Sharjah. Entre as atrações do evento que segue com a sua programação até o dia 9 de novembro, estão o best-seller Mark Manson, o Nobel turco Orhan Pamuk e o showman americano Steve Harvey, homenageado no evento.

Flávia Bravin, Karina Pansa, Fernanda Gomes, Vitor Garcia e Dante Cid durante a gravação do especial em Genebra
Flávia Bravin, Karina Pansa, Fernanda Gomes, Vitor Garcia e Dante Cid durante a gravação do especial em Genebra
Conexão Genebra

O Podcast trouxe ainda uma conversa especial gravada diretamente de Genebra, na Suíça, onde editores brasileiros estiveram participando das conferências sobre direitos de autor da World Intelectual Property Organization (Wipo), órgão ligado às Nações Unidas para tratar das questões de propriedade intelectual.

Os editores Flávia Bravim (Saraiva/Somos Educação), Karine Pansa (Girassol Brasil) e Dante Cid (Elsevier) se juntaram com Vitor Tavares e Fernanda Garcia, respectivamente presidente e diretora executiva da Câmara Brasileira do Livro para fazerem juntos um panorama do que foi discutido no evento.

Este é o Podcast do PublishNews e falamos aqui, toda semana, das últimas notícias do mercado editoral.

[28/10/2019 08:50:00]
Leia também
No episódio da semana, o escritor e influenciador Tiago Valente explica o que pensa sobre o fenômeno da 'leitura performática', tradução da expressão 'performative reading', uma tendência que vem se consolidando nas redes sociais
As convidadas do episódio são as livreiras Letícia Bosísio, sócia da Janela Livraria, e Fran Junqueira, da Ceci Livraria e editora da Tigrito, que estão com novidades
O episódio dessa semana foi até a Sala Tatuí conversar com Beto Ribeiro, sócio administrador da Livraria Simples, e João Varella, da Lote 42
Saborosa conversa com produtora executiva e escritora aborda desafios e processos criativos envolvidos na adaptação de um livro ao cinema
No episódio, professora destaca a relação entre a experiência individual e coletiva da leitura, o papel das editoras e do mercado, a importância das fanfics e muito mais
Outras colunas
Às sextas-feiras você confere uma tira
Peça escrita e dirigida por Nicolas Ahnert, com atuação visceral de Thalles Cabral, tem últimos dias em cartaz em São Paulo
No episódio da semana, o escritor e influenciador Tiago Valente explica o que pensa sobre o fenômeno da 'leitura performática', tradução da expressão 'performative reading', uma tendência que vem se consolidando nas redes sociais
Para a dupla de escritoras estrangeiras, um dos choques culturais mais curiosos foi perceber como os brasileiros estavam sempre se abraçando, como se fôssemos parentes distantes em sucessivos reencontros
Ao reunir histórias que se equilibram entre o íntimo e o universal em 'De repente nenhum som', Bruno Inácio reafirma que, às vezes, o que não se diz tem mais peso do que qualquer frase inteira. Leia a coluna!